Os acidentes de trânsito constituem um agravo que representa elevados ônus para a sociedade.
No plano individual, porque, além da alta mortalidade, as vítimas sobreviventes têm um grande número de sequelas físicas e psicológicas que podem ser incapacitantes.
No aspecto social, porque se trata de um problema responsável por custo imensurável.
Na tentativa de reduzir o impacto socioeconômico da doença/trauma, foram implementadas ações preventivas, como a alteração do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), que inibe o consumo de bebida alcoólica pelo condutor de veículo automotor.
Essa regulamentação classifica como infração e crime, com pena de reclusão, o condutor que apresentar concentração de álcool no sangue superior a 0,6g/L.
A ingestão excessiva de álcool é um dos principais fatores de risco para ocorrências de trânsito e pela morbidade e mortalidade relacionados ao trauma. O impacto da “Lei Seca” foi positivo, em todas as regiões do Brasil, apenas no ano de sua adoção. No ano seguinte, a relação internação/frota aumentou em todas as regiões.
No entender da doutora em enfermagem Cibele Andres Solai,devem ser priorizadas as medidas relacionadas à mudança de comportamento da população-alvo, além das sanções previstas na legislação.
“Punição resolve o problema em curto prazo, mas mudança de comportamento tem um resultado sólido e duradouro”, reconhece. Considerando a atuação do enfermeiro em todas as fases do atendimento ao traumatizado, desde a prevenção até a reabilitação, esses resultados subsidiam a construção de um planejamento voltado à assistência de qualidade a essa população, em especial, com a participação ativa dos profissionais nas campanhas educativas.