O empresário Laércio Baumel de Andrade sentia tonturas freqüentemente. ?Se levantasse bruscamente da cama sentia até enjôo?, conta. Ao procurar um especialista teve confirmada a suspeita: era labirintite. O distúrbio foi controlado com o uso de medicamentos e a diminuição do consumo de cigarros e bebidas alcoólicas. Dados da Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia indicam que cerca de 40% a 50% das consultas atendidas nos consultórios dizem respeito a doenças do labirinto, órgão que ajuda no equilíbrio e que se localiza no ouvido interno.
Além das tonturas, os sintomas mais freqüentes da doença são a sensação de zumbido nos ouvidos, vertigens e desequilíbrios, causas também comuns a uma série de outras enfermidades. ?A labirintite é um processo infeccioso no labirinto, mas as moléstias do órgão podem ser bem mais abrangentes?, revela o professor livre docente de otorrinolaringologia da Universidade Federal do Paraná, Jayme Zlotnik.
As causas da doença dessas labirintopatias são bem variadas e nem sempre bem identificadas. O médico cita, entre outras, as alterações neurológicas, acidentes cerebrais, distúrbios metabólicos e endócrinos, além das doenças degenerativas, como mal de Parkinson e Alzheimer. Especialistas acreditam que causas genéticas também têm influência nas labirintites.
Central de informações
O especialista explica que a manutenção do equilíbrio corporal é complexa e envolve diversos órgãos e sistemas, sendo o labirinto um dos principais sensores desse sistema. Segundo os especialistas, o labirinto informa sobre a direção dos movimentos da cabeça e do corpo. O sistema labiríntico é a central de informações, que recolhe os impulsos de todos os sensores e envia para o sistema nervoso central decodificá-las.
Zlotnik adverte que é importante o auxílio médico para investigar a doença, evitando-se, com isso, os efeitos nocivos da automedicação. O tratamento, dependendo do grau de manifestação da doença, é feito com o uso de medicamentos. Muitas vezes a eliminação de alguns hábitos nocivos, como café em excesso, fumo ou bebidas alcoólicas, é imprescindível para a eficácia do tratamento. Apesar disso, os especialistas explicam que a cura da doença atinge perto de 80% dos casos. Assim, são raros os casos de cirurgia para acabar com o problema, mas algumas vezes a intervenção é necessária para eliminar algum tipo de tumor. O professor frisa que labirintites suaves, causadas, principalmente, por distúrbios emocionais, podem ter resolução espontânea.
Orientações para prevenir as labirintopatias
– Procure manter uma alimentação equilibrada.
– Coma devagar e mastigue bem os alimentos.
– Evite ou reduza a ingestão de bebidas alcoólicas.
– Beba água em quantidades adequadas.
– Procure não beber mais do que três xícaras de café por dia.
– Evite o fumo.
– Procure evitar o repouso excessivo. Se possível, caminhe pelo menos 30 minutos por dia, dando preferência a lugares planos.
– Pratique a atividade física recomendada por seu médico.