Com o dia a dia agitado, milhares de pessoas não podem se dar ao luxo de almoçar em casa nem de preparar o seu próprio alimento. Por conta disso, optam por almoçar em restaurantes, como, por exemplo, os de auto-serviço ou “por kilo” como são mais conhecidos.

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No entanto, poucas pessoas param para pensar em como esses estabelecimentos têm armazenado e manejado os alimentos disponíveis no buffet. Muitas vezes, a mesma opção de alimentação que parece acessível na sua rotina pode representar uma ameaça à sua saúde.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), milhões de pessoas adoecem todos os anos em virtude de ingestão de alimentos contaminados. As causas vão desde os descuidos com a conservação dos alimentos, sejam eles frios ou quentes, até o manuseio incorreto das comidas – fatores que aumentam as chances de intoxicação.

Tempo de exposição

Uma pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo, em janeiro desse ano, mostrou que almoçar em restaurantes self-service entre 14h e 15h pode significar um risco à saúde.

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Segundo o estudo, nesse horário a maioria dos alimentos disponíveis nos restaurantes está imprópria para o consumo devido ao longo tempo de exposição a uma temperatura inadequada.

O ideal é que as saladas e os demais pratos frios devem estar sobre recipientes com gelo, a uma temperatura que não pode passar dos 10ºC. Já os pratos quentes devem ser conversados a um calor de 60ºC, para que não haja o risco de contaminação.

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Para Nilton Cunha, especialista em conservação de alimentos, a principal preocupação desse tipo de estabelecimento deve ser, principalmente no equipamento utilizado.

Para ele, não basta ter ótimos cozinheiros, vasta opção no cardápio e não oferecer a segurança necessária naquilo que está será servido. “Uma comida em temperatura inadequada não fica apenas com gosto insosso, mas também é nocivo à saúde do consumidor”, alerta.

Higiene

Outro erro que compromete as boas condições do alimento é a reposição de comida sem troca de recipiente. Os resíduos que permanecem na porção anterior podem estar contaminados e com isso passa para o restante da comida.

Os famosos “paninhos” que são utilizados para a limpeza também são exemplos que não podem ser seguidos. Dados do Ministério da Saúde indicam que alimentos crus, como ovos e carnes vermelhas, são responsáveis em média, por 34,5% dos surtos de doenças transmitidas por alimentos que ocorrem no Brasil.

Muitas pessoas não associam o hábito de se alimentar “fora de casa” com o passar mal, mas isso acontece frequentemente. As manifestações de que “algo não caiu bem” começam com vômitos, diarréia, cólicas abdominais e desidratação.

Estima-se que cerca de 30% dos locais que servem alimentos apresentam descuidos que podem levar a muitos riscos à saúde dos clientes. Um problema detectado a excessiva troca de atividades, entre elas, preparar os alimentos e contar dinheiro, além do baixíssimo índice de lavagem das mãos.

Outra constatação é de que, muitas vezes os vendedores não fazem as práticas corretas por falta de conhecimento, devido ao baixo grau de instrução. Para evitar esses problemas, a indicação mais adequada é a prevenção, que pode ser evidenciada pela apresentação do local de consumo, acondicionamento dos recipientes, higiene do vendedor e do ambiente e conhecimento dos procedimentos dos produtos e alimentos.

Mais qualidade, menos qua,ntidade

Comer em casa é um hábito cada vez mais incomum no dia a dia das pessoas. Há tempos, fazer refeições em um restaurante era reservado para as ocasiões e comemorações especiais, hoje é uma necessidade da vida moderna.

Antes que alimentar-se fora de casa se transforme em problemas de saúde, risco multiplicado pela falta de higiene de alguns ambientes, a nutricionista Luciana Serra lembra que também é importante ficar de olho no quanto e no que colocar no prato.

A combinação correta dos alimentos é, também, um fator importante para um bom rendimento no trabalho. O tradicional prato arroz, feijão e bife não é uma boa opção para quem ainda tem uma tarde de trabalho pela frente.

De acordo com a nutricionista, o organismo concentra grande parte do fluxo sanguíneo para a digestão desses alimentos deixando o fluxo no cérebro diminuído.

Com isso, a concentração e o raciocínio ficam mais lentos, causando a conhecida sonolência da tarde. Para evitar essa preguiça pós-refeição ou a sensação de mal-estar, o ideal é não combinar proteínas de origem animal (carnes, ovos, leite e derivados) com leguminosas (feijões, vagem e ervilha) ou com amido (arroz, massas, batatas, trigo e derivados).

“O melhor acompanhamento para as proteínas são as saladas e os legumes, especialmente aqueles que não contêm amido em sua constituição. Se optar por amidos, combine com verduras e feijões, mas exclua totalmente as carnes”, recomenda a especialista.

Diversificação

Alimentar-se com frequência em restaurante, cria uma tendência de repetir os mesmos pratos, mas é preciso diversificar as opções. É importante variar o cardápio e ampliar as opções de proteínas (carnes, peixes, ovos), de amidos e de legumes e verduras. “É bom evitar uma grande variedade de alimentos em uma mesma refeição, para não confundir e saturar o sistema digestivo”, sugere Luciana Serra.

Outra dica importante é resistir à sobremesa e ao cafezinho. Doces após a refeição só vão aumentar o volume de calorias ingeridas, além de acidificar o sistema digestivo, dificultando a digestão e a assimilação de nutrientes.

O mesmo vale para o cafezinho. Mesmo preferido pela maioria dos brasileiros, é bom substituí-lo por um chá digestivo. Muitas pessoas sentem a necessidade de comer um doce após a refeição. Caso não resista a esse apelo, a dica da nutricionista é de que seja consumido pelo menos duas horas após a refeição.

Fique de olho

Alimentos crus – O risco é consumir uma folha mal-higienizada e contrair parasitas.

Companhia indesejável – Fuja do local onde houver moscas e baratas. É o sinal mais claro da falta de higiene.

Talheres compartilhados – O perigo está em usar o talher que serve a maionese para pegar o arroz cozido.

Molhos suspeitos – Os molhos prontos devem ser consumidos moderadamente. Se o dia estiver quente, simplesmente evite.