O caso da modelo capixaba Mariana Bridi que morreu por complicações de infecção urinária chamou a atenção para uma infecção relativamente simples, mas perigosa.
A infecção do trato urinário acomete principalmente mulheres, que, diferentemente dos homens, possuem a uretra mais curta, permitindo que as bactérias tenham um acesso mais fácil à bexiga.
“A maior parte desses distúrbios é causada pela bactéria Escherichia coli, que, normalmente atua de forma benéfica no trato intestinal, mas, quando em contato com o sistema urinário, torna-se nociva e causa bastante sofrimento ao paciente”, explica o urologista Alexandre Simões.
Seus principais sintomas são dor ou ardor ao urinar, necessidade frequente de urinar com pouca eliminação do líquido, dores na uretra e na pélvis, algumas vezes pode apresentar febre baixa e a presença de sangue na urina.
Na pielonefrite, que acomete os rins, os sintomas mais comumente apresentados costumam ser dores nas costas na altura dos rins, febre alta, calafrios e náuseas.
A negligência no tratamento da doença e o descuido com o sistema imunológico podem fazer dessa simples infecção um enorme problema. “A má alimentação, dietas e o uso de medicamentos que disfarcem os incômodos da doença podem piorar o quadro médico, espalhando a infecção para outras partes do corpo”, adverte o infectologista Alberto Chebabo, do Frischmann Aisengart/Dasa.
Distúrbios frequentes
Poucas mulheres não passaram pelos sintomas de infecção urinária. Estima-se que, no Brasil, o distúrbio faz com que mais de 50 mil mulheres busquem auxílio médico anualmente. Como consequência, a doença apresenta um índice importante de internamentos hospitalares.
O urologista David Kulysz explica que, na maioria dos casos, as infecções urinárias são mais frequentes na mulher adulta, e não apresentam gravidade, a não ser quando há fatores de risco associados. “Só com prevenção é que se evita o aparecimento de infecções de repetição, que podem agravar o problema”, revela o médico.
A infecção urinária costuma aparecer na vida de qualquer mulher, mas é durante a gravidez que ela exige maior atenção, afinal a doença está em terceiro lugar nos distúrbios da gestação, atrás, apenas, da hipertensão e das hemorragias.
De acordo com Arnaldo Cambiaghi, ginecologista e obstetra, o importante é não deixar que este “probleminha” traga maiores conseqüências. “Nos primeiros sinais, a mulher deve procurar auxílio médico especializado”, alerta.
Invasão de bactérias
David Kulysz explica que o sistema urinário é normalmente estéril e livre de bactérias. Assim, as infecções urinárias só surgem quando ele é invadido por bactérias de origem intestinal, que penetram na uretra.
Outro fator anatômico também explica a maior propensão das mulheres a desenvolverem o distúrbio: mínimo comprimento da uretra. “Para se ter uma idéia, nos homens ela mede cerca de 25 cm, nas mulheres, apenas três”, esclarece o médico.
As relações sexuais são as causas mais importantes para o surgimento da doença, pois aumentam a chance de uma mulher contrair infecção do trato urinário. Outros fatores de risco são: infecções anteriores, idade avançada, menopausa, pedra nos rins, diabetes, complicações imunológicas e tendência genética.
O tratamento tem um caráter não específico, mas com vantagens comprovadas no uso de antibióticos. O objetivo é eliminar os episódios agudos e prevenir que a doença se estenda por outras partes do corpo.
“Medidas preventivas diminuem a ocorrência da doença”, explica Kulysz, sublinhando que qualquer tratamento, seja profilático, seja supressivo, deve ser sempre indicado por um médico especializado.
Fuja das infecç&otild,e;es
* Beba ao menos oito copos de água ao dia
* Evite usar roupas muito justas
* Dê preferência por roupas íntimas de algodão
* Não “segure” a vontade de urinar
* Mantenha diariamente uma boa higiene íntima
Principais sintomas
* Dor
* Ardência
* Dificuldade para iniciar a micção
* Vontade súbita de urinar
* Muitas micções ao dia e em pequenas quantidades
* Mau cheiro e coloração alterada da urina
* Eliminação de sangue pela urina