Poucas mulheres não passaram pelos sintomas de infecção urinária. Os incômodos vão, desde a vontade de fazer xixi a toda hora ou dores na bexiga, até náuseas, sangue na urina e febre. Estima-se que, no Brasil, o distúrbio faz com que mais de 50 mil mulheres busquem auxílio médico anualmente. Como conseqüência, a doença apresenta um índice importante de internamentos hospitalares. Por aí dá para perceber que as infecções urinárias consomem um valor significativo de gastos diretos e indiretos. O urologista David Kulysz explica que, na maioria dos casos, as infecções urinárias são mais freqüentes na mulher adulta, e não apresentam gravidade, a não ser quando há fatores de risco associados. ?Só com prevenção é que se evita o aparecimento de infecções de repetição, que podem agravar o problema?, revela o médico.
A infecção urinária costuma aparecer na vida de qualquer mulher, mas é durante a gravidez que ela exige maior atenção, afinal a doença está em terceiro lugar nos distúrbios da gestação, atrás, apenas, da hipertensão e das hemorragias. De acordo com Arnaldo Cambiaghi, ginecologista e obstetra, o importante é não deixar que este ?probleminha? traga maiores conseqüências. ?Nos primeiros sinais, a mulher deve procurar auxílio médico especializado?, alerta.
David Kulysz explica que o sistema urinário é normalmente estéril e livre de bactérias. Assim, as infecções urinárias só surgem quando ele é invadido por bactérias de origem intestinal, que penetram na uretra. Dois fatores anatômicos explicam a maior propensão das mulheres a desenvolverem cistites: a proximidade com o ânus, local de fácil contaminação, mesmo com hábitos higiênicos cuidadosos, e o seu mínimo comprimento da uretra. ?Para se ter uma idéia, nos homens ela mede cerca de 25 cm, nas mulheres apenas três?, esclarece.
Relações sexuais
Os principais sintomas da doença passam pelo aumento do número de micções, com pequenos volumes de urina eliminados a cada vez, sensação de esvaziamento incompleto da bexiga, ardor na uretra, dor na bexiga que se exacerba ao fim da micção e jato urinário fraco, entre outras. Nem sempre todas as manifestações estão presentes e a intensidade das mesmas pode variar em diferentes pacientes. Essa infecção não costuma ser acompanhada de outras complicações e, por isso, são desprovidas de conseqüências mais sérias. ?Contudo, produzem grande desconforto e sofrimento e isso justifica seu pronto tratamento?, observa o médico.
As relações sexuais são as causas mais importantes para o surgimento da doença. A atividade sexual intensa aumenta a chance de uma mulher contrair infecção do trato urinário. Outros fatores de risco são: infecções anteriores, idade avançada, menopausa, pedra nos rins, diabetes, complicações imunológicas e tendência genética.
Quando a bactéria se instala na uretra aumenta a sensação de vontade de urinar, seguida de ardência e dor no canal urinário. Os sintomas podem incluir febre, urina leitosa e com odor acentuado. Quando as bactérias infectam os rins, os sintomas podem incluir febre alta, dores nas costas, do lado do rim infectado, náusea e vômito.
O tratamento tem um caráter não específico, mas com vantagens comprovadas no uso de antibióticos. O objetivo é eliminar os episódios agudos e prevenir que a doença se estenda por outras partes do corpo. ?Medidas preventivas diminuem a ocorrência da doença?, explica Kulysz, sublinhando que qualquer tratamento, seja profilático, seja supressivo, deve ser sempre indicado por um médico especializado.
Principais sintomas
* Dor
* Ardência
* Dificuldade para iniciar a micção
* Vontade súbita de urinar
* Muitas micções ao dia e em pequenas quantidades
* Mau cheiro e coloração alterada da urina
* Eliminação de sangue pela urina
Fuja das infecções
* Beba ao menos oito copos de água ao dia
* Evite usar roupas muito justas
* Dê preferência por roupas íntimas de algodão
* Não "segure" a vontade de urinar
* Mantenha diariamente uma boa higiene íntima