Ações de humanização dentro dos ambientes hospitalares podem contribuir para que a recuperação dos pacientes seja mais rápida e, conseqüentemente, fazer com que os períodos de internação sejam reduzidos. A opinião foi manifestada ontem por médicos, enfermeiros, assistentes sociais e psicólogos que participaram do I Encontro de Humanização do Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná, em Curitiba. O evento aconteceu durante todo o dia, com promoção de palestras, mesa-redonda e oficinas.
Segundo a psicóloga do HC, Tânia Madureira Dallalana, o processo de humanização envolve o acolhimento e acompanhamento dos pacientes e seus familiares por toda equipe hospitalar. Cada componente deve aprender a cuidar do próprio sofrimento – trabalhando as tensões que surgem em decorrência do desempenho de atividade profissional dentro de um hospital – e ao mesmo tempo cuidar do sofrimento da pessoa doente e de seus familiares. “As ações da instituição hospitalar e de todos os seus funcionários devem ser mais coerentes com a situação de sofrimento enfrentada por pacientes e famílias”, afirma Tânia. “O projeto de humanização é extenso, envolvendo relações de cuidado, ações éticas, acolhimento familiar e relacionamento entre funcionários, pacientes, seus acompanhantes e visitantes.”
Para minimizar o estresse e a angústia normalmente gerada pela situação de enfermidade e pela necessidade de permanência em um hospital, a psicóloga acredita que deve haver um canal de comunicação objetivo e sempre aberto entre médicos, pacientes e familiares. Para evitar que as pessoas se sintam confusas e perdidas em meio a informações, o ideal é que um único integrante da equipe hospitalar seja eleito como elo de comunicação: “Essa pessoa deve estar sempre disponível para estabelecer uma conversação objetiva com familiares e pacientes, estando preparada para esclarecer dúvidas, fornecer informações e orientações. É importante que haja sempre uma mediação entre o que a equipe hospitalar pensa e o que os pacientes e familiares imaginam sobre determinadas questões”.
Outro fator de humanização que pode contribuir com a recuperação precoce é o aumento do tempo que o paciente passa com seus familiares. Sendo assim, os hospitais devem gerenciar seus espaços físicos, proporcionando mais conforto para que a participação e a presença da família no cotidiano hospitalar aumente.
