Hospital Angelina Caron ganha novas instalações

O Hospital Angelina Caron, em Campina Grande do Sul, Região Metropolitana de Curitiba, inaugura, neste dia 2 de setembro, um moderno complexo clínico, cirúrgico e ambulatorial.

As novas alas foram erguidas apenas com recursos provenientes das receitas do atendimento a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). O atendimento ao sistema público de saúde responde por mais de 92% dos procedimentos realizados pelo hospital. 

A entrega do novo complexo à comunidade paranaense coincide com o início das comemorações dos 30 anos do hospital e com um importante fato que ratifica o seu compromisso com o os aspectos sociais em benefício da população.

Recentemente, o centro médico foi reconhecido como modelo na prestação de serviços ao paciente do sistema público, entre mais de 20 avaliados no Paraná por deputados e auditores do Tribunal de Contas integrantes da CPI dos leitos do SUS.

O novo complexo levará o nome de Júlio Pechmann, uma homenagem a este importante arquiteto paranaense, falecido em 2009. Ele foi o responsável pela concepção arquitetônica e paisagística da edificação, cujo design contempla a busca pelo bem-estar, propiciando, consequentemente, condições para uma melhor recuperação do paciente.

Hemodiálise

O serviço de hemodiálise teve suas instalações totalmente reestruturadas. Em novo prédio, ela contribuirá para atender a uma demanda reprimida de doentes renais crônicos oriundos de todo o Estado e de outras regiões do País. O serviço tem como diferencial o fato de dar suporte às diversas modalidades de transplantes nos quais o hospital é referência.

Também conhecida como Unidade de Terapia Renal Substitutiva Ambulatorial, a unidade de hemodiálise atua, ininterruptamente, para combater a insuficiência renal, uma epidemia mundial de grave impacto social, de acordo com o especialista Mário Luvizotto, coordenador do Serviço de Nefrologia do Angelina Caron.  

O nefrologista explica que, no Brasil, cerca de dois milhões de pessoas sofrem algum grau de disfunção renal, e quase 90 mil são obrigados a passar por hemodiálise.

Como a doença é silenciosa, as pessoas não têm acesso ao diagnóstico precoce. Assim, começam o tratamento tardiamente, quando os rins já perderam a função. Quando uma pessoa atinge uma fase terminal pode recorrer a três tipos de tratamento: a hemodiálise, a hemodiálise peritoneal e ao transplante de rim. Essa condição culmina com outro agravante: a falta de serviços especializados para o atendimento.

Conforto

Estatísticas do SUS mostram que no Brasil existem 700 centros que atuam em hemodiálise. O número, no entanto, deveria ser 50% superior. Mário Luvizotto ressalta que o serviço de nefrologia do hospital foi concebido para atender com conforto e eficácia, parte dessa demanda, priorizando a experiência e, acima de tudo, o carinho e a total atenção ao paciente crônico renal.

A unidade tem capacidade instalada de 24 cadeiras, em ambiente confortável, na qual os portadores da doença são assistidos por equipe multidisciplinar, que inclui: nefrologistas, enfermeiras, nutricionistas, psicóloga e assistente social, além de técnicos em enfermagem especializados para assisti-los durante 24 horas.  

Por ser integrada às demais especialidades do hospital, a nova unidade atua nas áreas de transplante renal, reno-pancreático, nefrologia hospitalar e em Unidade de Terapia Intensiva com hemodiálise e hemodiálise peritoneal, nutrição hospitalar, amb,ulatório de doenças nefrológicas e biópsia renal.

CPI dos leitos do SUS

Com 311 leitos instalados, 92% dos quais destinados ao SUS, o Hospital Angelina Caron é um modelo de atendimento qualificado e humanizado. A constatação foi feita pela CPI dos Leitos do SUS que visitou as instalações do hospital no começo do mês de agosto.

“O que vimos hoje nos surpreendeu positivamente e é a prova de que é possível oferecer um atendimento de qualidade pelo SUS”, observou o presidente da CPI, deputado Leonaldo Paranhos (PSC).

O levantamento feito pelos técnicos e auditores da CPI também foi positivo. “Encontramos um hospital plenamente ocupado, mas sem pacientes em macas e com um alto grau de satisfação”, diz Carlos Alberto Rolla Fernandes, analista de contas do Tribunal de Contas e membro técnico da CPI. Ainda segundo Fernandes, chamou a atenção “o nível de comprometimento dos funcionários e médicos”.

Com aproximadamente 1.200 funcionários – cerca de quatro por leito -, o Angelina Caron é o exemplo que a “CPI dos Leitos” precisava para demonstrar que o atendimento pelo SUS pode e deve ser diferente no Paraná.

“O que vimos hoje no Angelina Caron foi exatamente o oposto do que a CPI havia encontrado nas visitas anteriores nas diversas regiões do estado”, ressaltou Paranhos.

O trabalho da CPI terá continuidade com mais visitas aos hospitais do interior. Otimista com os resultados conseguidos no Angelina Caron, o deputado os resultados obtidos até agora pela CPI.

“Penso que já avançamos ao apontar que as causas da falta de atendimento e fila de espera não eram exatamente falta de leitos ou de recursos, mas basicamente a desorganização do sistema”, completa.

Otorrinolaringologia e laboratório

O novo Serviço de Otorrinolaringologia é outra importante obra – também com prioridade de atendimento aos pacientes oriundos do SUS – erguida pelo hospital.  A unidade tem capacidade para realizar até 240 cirurgias ao mês e cerca de 130 procedimentos ao dia, em subespecialidades, como a laringologia, audiologia, terapia da voz, distúrbios do equilíbrio, e, em breve, de implante coclear.

O laboratório de análises clínicas é outro a ganhar melhorias importantes, passando a ocupar uma área de 240 metros quadrados. Nas novas dependências, a estimativa é de que sejam realizados mais de 50 mil exames por mês, dos quais, aproximadamente, 25 mil apenas no setor de Bioquímica.

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