Cansaço, desânimo, sonolência, falta de interesse em relacionamentos pessoais e apatia geral. Quando se listam os sintomas, é fácil concordar que são sinais de depressão.
Mas o que poucas pessoas sabem é que estes sintomas podem ser também associados ao hipotireoidismo, doença que ocorre quando há uma queda na produção dos hormônios T3 e T4, essenciais para o funcionamento do sistema nervoso central e ativação do metabolismo do corpo, que leva a uma diminuição geral da atividade do organismo.
Um estudo concluiu que 12,3% das mulheres brasileiras acima de 35 anos apresentam hipotireoidismo e, muitas vezes, começam a ser tratadas para depressão e não fazem exames para checar o funcionamento da glândula da tireoide. Nem sempre é fácil associar os dois distúrbios e, às vezes, a sensação de desânimo é somente atribuída ao estresse ou ao envelhecimento.
Segundo a médica Gisah Amaral de Carvalho, professora da Universidade Federal do Paraná e presidente da regional paranaense da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, metade das pacientes com hipotireoidismo apresentam sintomas depressivos e até mesmo depressão e um terço das pacientes com depressão têm hipotireoidismo.
Pacientes com o distúrbio devem ser avaliados quanto à alteração de humor e pacientes com depressão devem ter a função tireoidiana avaliada, pois muitas vezes a depressão é diagnosticada, e tratando o hipotireoidismo pode resolver a depressão ou melhorar a resposta da mesma ao antidepressivo.