Hipertensão exige controle permanente

Uma constatação unânime entre os médicos é de que se a hipertensão arterial causasse dor ou outros desconfortos mais “visíveis”, as pessoas buscariam a prevenção e os possíveis tratamentos nas fases mais precoces da doença.

Tudo porque a pressão alta – como conhecida pela população – é considerada uma doença silenciosa. Em muitas ocasiões, o primeiro aviso de que ela está presente pode vir com sintomas importantes e, até mesmo, fatais.

Daí, todos sublinham a importância de se desenvolver campanhas de sensibilização e prevenção da doença. A hipertensão é uma das enfermidades mais prevalentes mundialmente.

Com efeito, caso o leitor não seja um hipertenso, provavelmente deve conhecer muitos portadores da doença. Por ser bastante comum na atualidade e, embora as informações sobre as suas causas e consequências sejam bastante difundidas, é importante que o tema continue sendo amplamente divulgado.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a hipertensão permanece entre as quinze principais causas de morte no mundo desde o ano de 2002 e continuará ocupando o mesmo posto, pelo menos, até 2030.

“Esses dados são suficientes para alertar a população sobre as medidas preventivas e o tratamento contínuo que devem ser feitos para o controle dessa enfermidade”, alerta o cardiologista do Hospital Santa Cruz, em Curitiba, Rubens Zenobio Darwich.

Uma vez que os erros alimentares e o sedentarismo estão entre os principais fatores desencadeantes da hipertensão, a escolha por hábitos saudáveis é essencial para afastar a doença.

Sinais de alerta

A doença possui múltiplas causas, inclusive genéticas, sendo caracterizada pelo aumento nos valores da pressão arterial – aquela exercida pelo coração sobre as artérias.

Enquanto os números normais chegam até 130/80 mmHg, valores a partir de 140/90 mmHg já podem ser considerados sinais de alerta e precisam ser monitorados e, até, tratados.

O especialista recomenda que as pessoas façam consultas regulares com um cardiologista, além de aferir a pressão sempre que tiverem oportunidade. De acordo com Darwich, a pressão alta precisa ser tratada para reduzir o risco de complicações cardiovasculares.

“Se não for controlada, a doença poderá causar danos graves ao organismo, como perda das alterações renais, acidente vascular encefálico (AVE), aneurisma, infarto agudo do miocárdio e outras complicações vasculares”, adverte.

No tratamento, inicialmente, o médico indica a redução do sal nas comidas, prática de atividades físicas e perda de peso. Esses fatores são fundamentais para a redução dos valores de pressão arterial.

Caso os valores permaneçam altos, o cardiologista deverá optar pelo uso de medicamentos,  que variam a cada caso, de acordo com as condições do paciente e seu histórico de doenças. “A adesão do paciente ao tratamento é imprescindível para a obtenção dos benefícios terapêuticos”, completa o especialista.

Longe do estresse

Devido ao seu caráter genético e crônico, é possível que o controle da hipertensão ainda esteja distante. No entanto, segundo Rubens Darwich, medicamentos mais potentes e com menor índice  de efeitos  colaterais  deverão ser lançados no mercado nos próximos anos.

É possível prevenir a hipertensão ou, pelo menos, postergar o seu aparecimento. Levar um,a vida saudável, manter o peso ideal, não ingerir bebidas alcoólicas, praticar exercícios físicos, não fumar e adotar uma dieta balanceada, com consumo moderado de sal são medidas preventivas bastante eficazes.

Também é recomendável que toda pessoa com mais de 40 anos de idade faça um acompanhamento periódico dos índices da pressão arterial – sobretudo quem tem histórico de pressão alta na família – sempre sob orientação médica.

Estar frequentemente propenso a situações que causam um estresse, sem momentos de descontração e lazer, é um fator que leva à formação de hormônios no organismo, podendo favorecer a surgimento da hipertensão. Ao contrário, não deixar que as preocupações dominem o seu dia a dia pode garantir uma vida mais saudável e com mais qualidade de vida.

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