Uma das menores e mais versáteis moléculas produzidas pelo organismo, o óxido nítrico (NO), é a matéria-prima de novos materiais destinados a tratar hipertensão arterial, aterosclerose, queimaduras e lesões de pele. A síntese e a formulação de biomateriais que liberam de forma controlada essa molécula de apenas dois átomos, um de oxigênio e um de nitrogênio, renderam à Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) o pedido de registro de seis patentes no Brasil. As pesquisas, iniciadas em 1995 no Instituto de Química da universidade paulista e coordenadas pelo professor Marcelo Ganzarolli de Oliveira, resultaram na preparação de três compostos atóxicos, com propriedades antitrombóticas, antiinflamatórias e antiproliferativas (atividade que impede o crescimento celular), que foram adicionados a um gel aquoso e a polímeros sólidos e líquidos. Os produtos têm potencial para substituir com vantagem os medicamentos à base de nitroglicerina e nitroprussiato de sódio, utilizados para controlar crises de hipertensão e de angina do peito. E também para uso em angioplastia, técnica que consiste em desobstruir as artérias coronárias em processo de aterosclerose. (Agência Fapesp)
