Hepatite: A vacina ao seu alcance

O domingo, 16 de julho, foi o dia escolhido para se lembrar do combate à hepatite, infecção provocada por um grupo de vírus que, ao comprometer em graus variados o funcionamento do fígado, pode levar o doente à morte. Atualmente, são conhecidos cinco tipos de hepatites virais – A, B, C, D e E. Destas, apenas duas podem ser prevenidas pela vacinação: as dos tipos A e B.

De acordo com o hepatologista João Galizzi Filho, apesar de não deixar seqüelas, a hepatite A não é uma doença absolutamente benigna. Seu impacto sobre o corpo humano depende da idade com que a pessoa contrai a doença. ?Cerca de 70% das crianças com menos de 5 anos desenvolvem a hepatite sem apresentar sintomas?, informa. Mesmo sendo mais comum no verão, a vacinação é recomendada em todas as épocas do ano. "É até bom tomar a vacina no inverno, porque quando o verão chegar a pessoa já estará protegida", explica a hepatologista Edna Strauss.

Em contrapartida, a hepatite B é uma das mais perigosas hepatites virais. A exemplo da aids, pode ser transmitida sexualmente, mas sua capacidade de contágio é 100 vezes maior. Estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que 2 bilhões de pessoas já tiveram contato com o vírus da hepatite B. Deste total, 350 milhões se tornaram portadores crônicos da doença, correndo riscos de desenvolver câncer de fígado ou cirrose hepática. A vacinação é a forma mais segura de se prevenir contra a doença e está disponível na rede pública para pessoas até 19 anos e, na rede privada, para todas as idades. A vacina previne a infecção e suas complicações, como o câncer de fígado. O nível de proteção é superior a 95%.

Informação e conscientização

Embora sejam provocados pelo mesmo grupo de vírus, esses tipos de hepatite são transmitidos de formas diferentes. A hepatite A ocorre principalmente em locais com problemas de saneamento básico, porque a transmissão é fecal-oral. Deriva da ingestão de líquidos ou alimentos contaminados pelas fezes de uma pessoa doente. Já a disseminação do tipo B ocorre pelo contato com o sangue e secreções corpóreas de uma pessoa infectada. A mulher infectada, por exemplo, pode contagiar o filho no parto. O uso compartilhado de seringas e injeções contaminadas também contribui para a disseminação do vírus, que, além disso, pode ser transmitido por objetos cortantes – como alicates de unha, lâminas usadas por barbeiros, tatuagens e piercings.

"Vacinação não é uma coisa apenas de criança? afirma Jéssica Presa, médica pediatra e neonatologista. Os adolescentes e seus pais precisam se conscientizar disso. A especialista lembra que, no caso da hepatite B, por exemplo, é fundamental porque a vacina contra essa doença não existia quando eles eram crianças, A vacina também se torna importante para os adolescentes porque a doença é transmitida sexualmente e é justamente na adolescência que se iniciam as primeiras experiências.

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