Quando se fala em hemorróidas, o preconceito vem à tona e muitas pessoas que possuem a doença não procuram auxilio médico. Não existem dados sobre a incidência no Brasil, mas, segundo especialistas, as estimativas apontam que 5% a 12% da população sofre com a doença. Sabe-se que, nos Estados Unidos, 50% dos americanos acima de 50 anos são portadores de hemorróidas. No entanto, apenas 5% destes procuram tratamento médico. Como acontece praticamente com todas as doenças, os médicos avisam que adiar o tratamento pode levar ao agravamento do mal. ?Quando atingem o grau mais avançado, as hemorróidas só podem ser corrigidas com cirurgia?, diz o proctologista Júlio Coelho.
Um estudo internacional envolvendo aproximadamente 70 portadores de hemorróidas comprova que uma avançada técnica cirúrgica que faz uso do sistema PPH (procedimento para prolapso hemorroidário) apresenta índices elevados de eficácia com relação a diferentes aspectos, como a reincidência da doença e ausência de dor. Os números de um estudo realizado nos Estados Unidos demonstram que 93% dos pacientes operados por esse método, após 33 meses (em média), aprovaram a cirurgia, relataram mínima dor pós-operatória e a eliminação por completo do problema, sem reincidência.
Nova técnica
O PPH foi desenvolvido com exclusividade pela Johnson & Johnson Produtos Profissionais e possibilita ao paciente operado retorno às atividades diárias em dois dias e apenas 24 horas de internação, ao contrário da técnica convencional, que necessita, em média, o dobro do período de internação hospitalar e causa um pós-operatório lento e doloroso. "O tempo médio da cirurgia com esse moderno procedimento também é menor, em torno de 30 minutos", afirma o cirurgião do aparelho digestivo Alexandre Sakano.
O método consiste na retirada das veias salientes e no lugar das tradicionais suturas, são usados grampos de titânio. "Usa-se um grampeador, similar aos grampeadores gastrointestinais e vasculares?, esclarece o médico. Os procedimentos cirúrgicos convencionais são feitos por meio de cirurgia com bisturi frio, laser, ou bisturi elétrico, o que ocasiona grande desconforto pós-operatório.
O PPH é uma opção de tratamento recente no Brasil e nos Estados Unidos, porém, amplamente utilizado na Europa, onde o procedimento foi adotado desde o final da década de 1990. "Com o passar dos anos, o tratamento se aprimorou, e hoje, as técnicas de cirurgia para as hemorróidas amenizam dores e sangramento, além dos constrangimentos aos portadores da doença", reconhece Sakano.
Segundo Júlio Coelho, toda pessoa que comprovar algum tipo de sangramento ou uma dor anal deve procurar auxílio imediato. ?Sem se impressionar com os sintomas, já que, na maioria dos casos, o fato de ter doença hemorroidal não é um indicativo de que a pessoa sofra de algum tipo de câncer?, avalia. Além disso, adverte o médico, outro perigo é que a falta de avaliação médica pode retardar o diagnóstico de doenças graves, como as inflamações intestinais, os pólipos e o próprio câncer.