O Serviço de Endocrinologia e Metabologia (Sempr) do Hospital de Clínicas (HC) está convocando pacientes voluntários a fazer parte de dois estudos clínicos realizados pelo hospital. Um deles, que é feito há dois anos, é para pacientes com mais de 55 anos, obesos, diabéticos e que já tenha apresentado algum problema vascular (enfarto, derrame ou angina). O outro começa já no próximo mês e é para pessoas que tenham diabetes do tipo 2, mas não estão em tratamento medicamentoso, apenas em dieta.
?No primeiro estudo, vai ser avaliado se um determinado tipo de medicamento para obesidade ajuda nas doenças cardiovasculares. É uma droga que já existe, mas ainda prevalece dúvidas sobre o uso em população de risco. Será que na prática clínica os efeitos da droga serão benéficos??, explica o médico César Boguszewski. Desse estudo, que tem duração de três anos, participam 5 mil voluntários no mundo. Em Curitiba, onde apenas o HC o desenvolve, participam 50 pessoas. Apesar de ter iniciado já há dois, o estudo ainda está aberto para voluntários. ?A gente acredita que até o final do ano possa fechar?, explica.
A outra pesquisa, que terá duração de seis meses, é com um medicamento novo no tratamento da diabetes do tipo 2. ?Os efeitos desse novo medicamento, com uma nova modalidade de atuação, serão comparados com outros já existentes?, afirma o médico. Boguszewski explica que a pesquisa iniciará em agosto e ficará aberta a voluntários por um mês. ?O mínimo é seis pessoas, mas se houver procura e se preencherem os critérios podem ser mais?, afirma.
O médico do HC explica ainda que esses tipos de estudos são feitos com todos os medicamentos antes de irem para as farmácias. As pesquisas são desenvolvidas em quatro fases: a fase 1 é a de estudos em animais; a 2 em pacientes sadios; a 3 é esta que está sendo desenvolvida no HC; e a última fase é a da aprovação das agências reguladoras e instituições legais. ?A diferença nesse tipo de estudo é que antes o Brasil não participava, apenas pegava o medicamento já na farmácia. Agora estamos fazendo parte. Para o paciente é uma vantagem porque muitos desses medicamentos têm um preço muito alto e nem todos podem ter acesso?, afirma Boguszewski. Os interessados em participar devem ligar, pela manhã, no (41) 9602-3344.