Halitose é uma doença de simples diagnóstico

Muitas pessoas sofrem de halitose, distúrbio relacionado ao mau hálito, alteração que costuma gerar um grande desconforto e constrangimento, pois quem sofre com o problema evita se aproximar das pessoas e, até sorrir.

Por outro lado, a pessoa que não consegue controlar a disfunção pode acabar se acostumando com o próprio hálito, não sendo capaz de perceber ou admitir o mau odor bucal, com efeito, prejudica a sua convivência social, pois as pessoas se afastam dela.

O distúrbio pode ter origem em problemas de refluxo, gastrite, dieta carregada em proteína ou em doenças bucais. A halitose é um reflexo, ou seja, um sintoma de que algo no organismo está desequilibrado e precisa de tratamentos – nem que seja apenas para a pessoa melhorar a sua higiene bucal.

“Outra característica do mau hálito é que ele varia com o período do dia e a idade de cada pessoa, agravando-se à medida que a fome aumenta”, ressalta o clínico geral Vladimir Schraibman, especialista em doenças do aparelho digestivo.

O médico explica que o hálito é composto pelo ar expirado após as trocas gasosas fisiológicas, associado às substâncias eliminadas por via pulmonar. Essas substâncias partem do intestino para o fígado, para a bile, para o sangue e, finalmente, para os pulmões, quando são eliminados pela expiração. Todo esse processo resulta no  odor desagradável por causa da passagem do ar pela cavidade bucal ou estômago durante o processo da respiração.

Higiene bucal

 “A digestão não ocorre exclusivamente no estômago ou intestino”, comenta. Quando o processo de digestão ocorre há uma liberação desses gases para o esôfago e a boca.

Em pacientes portadores de refluxo, por exemplo, o conteúdo do estômago reflui em direção à boca contendo restos alimentares e sucos gástricos que, muitas vezes, ainda estão indigestos, causando mau hálito crônico.

A gastrite, por gerar uma lentidão maior no estômago, pode induzir quadros de digestão lenta com liberação de “gases” estomacais que originam o odor bucal. Refeições ricas em proteínas também podem gerar o problema, pois acarretam em uma digestão lenta com liberação de resíduos que são ricos em odores que levam à halitose.

Pesquisas efetuadas pela Associação Brasileira de Halitose (ABHA), concluíram que é um mito que o mau hálito tenha sua origem no estômago. Isso existe porque se associou estômago vazio com halitose, mas é um fenômeno passageiro.

Há vários problemas que podem influenciar no aparecimento da halitose, como por exemplo, jejum prolongado, higiene bucal inadequada, diabetes e prisão de ventre, entre outros. “Estresse e medicamentos controlados também podem ser responsáveis pelo mau hálito, porque inibem o fluxo salivar”, observa Schraibman.

Questões emocionais

O periodontista Fábio Zardo explica que, na maioria dos casos em que a halitose tem origem bucal. Ou seja, em doenças periodontais, como a gengivite, o excesso de saburra lingual encontrado na papila lingual e a existência de próteses mal adaptadas. Segundo pesquisa da Associação Brasileira de Estudo e Pesquisa dos Odores da Boca, quatro em cada dez brasileiros sofrem de mau hálito.

De acordo com Zardo, a halitose não é uma doença, mas um sintoma que pode ter mais de 50 causas diferentes, por isso é importante procurar ajuda especializada.

Uma das causas mais comuns do problema é a diminuição da quantidade de saliva, ocasionada por fatores, como a ingestão de remédios, estresse ou alguma doença.

A diminuição de saliva favorece a formação de uma placa bacteriana na língua, formada por restos alimentares, células que se descamam da mucos,a bucal e outros tipos de bactérias.

O especialista divide esses pacientes em os que têm mau hálito e sabem disso; os que têm e não sabem; e os que não têm e acham que têm. Para ele, os últimos casos são os mais complicados porque estão ligados às questões emocionais.

A maneira mais simples de saber, com certeza, é pedir ajuda às pessoas próximas. Um familiar ou amigo pode fazer essa avaliação. Essa tarefa, no entanto, muitas vezes é constrangedora. Portanto, recorrer a um profissional é a atitude mais sensata. Procurar ajuda especializada é o primeiro passo para começar a tratar o problema.

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