O governo lançou hoje um pacote de medidas para conter a ameaça de uma nova epidemia de dengue no País. Entre as ações estão o aumento de R$ 128 milhões no montante das ações de prevenção, treinamento de médicos e participação das Forças Armadas, tanto no combate ao mosquito transmissor como no tratamento de um eventual aumento de casos. De janeiro a agosto deste ano, o número de casos da doença foi 42,7% maior do que no mesmo período de 2007. O número de mortes passou de 148 para 212. A proporção entre casos e mortes caiu de 10,25 para 5,98. “De qualquer forma, está fora de qualquer parâmetro razoável”, admitiu o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, hoje, ao anunciar as medidas.
O plano prevê ainda a formação de uma rede para detecção de casos mais graves e um protocolo com as medidas que devem ser adotadas para atender pacientes nestas condições, sobretudo idosos, cardíacos e crianças. Especialistas alertam que, caso uma nova epidemia se instale neste verão, há risco de os casos serem mais graves e atingirem principalmente menores de 15 anos.
Levantamento do Ministério da Saúde apontou 13 regiões do País como prioritárias para o combate à doença: Baixada Santista, Campinas, Ceará, Sergipe, Rio, Amazonas, Pará, Pernambuco, Bahia, Rio Grande do Norte, Alagoas, Minas, Goiás. Baixada Santista e Rondônia. Nestas regiões, há circulação do vírus tipo 2 da dengue, o que preocupa autoridades por dois motivos: o alto número de pessoas suscetíveis a infecção provocada por esse agente e, além disso, a constatação de que pacientes atingidos por esse tipo de vírus apresentam quadros mais graves.
O governo lançou também três estudos-piloto, por meio dos quais avaliará a eficácia de um novo método para identificar áreas de maior risco de transmissão da doença; tentará verificar a eficácia de um novo teste, que em 15 minutos identifica se o paciente está contaminado pelo vírus da dengue; e tornará disponível um programa para que a população cadastrada e treinada possa informar casos de suspeita da doença. O governo quer ainda melhorar a forma de comunicação e mobilização da comunidade. “Temos de transformar a informação em ação”, disse Temporão.