Elas fazem parte dos ingredientes de sorvetes, bolos e doces de padaria, dos salgadinhos tão apreciados pelas crianças e dos biscoitos industrializados, entre outros, sem que ninguém a perceba. Só que a clandestinidade das gorduras trans está chegando ao fim. Diversos estudos comprovaram que elas são prejudiciais à saúde, por isso a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou que as indústrias passem a indicar a quantidade de gordura trans presente nos alimentos. As empresas têm até o dia 31 de julho para se adequar à nova determinação.
A informação sobre a quantidade dessas substâncias será fixada em gramas e deverá constar na tabela nutricional, presente nos rótulos e embalagens dos alimentos, junto aos dados sobre valor energético, carboidratos, proteínas, gorduras totais, gordura saturada, fibra alimentar e sódio. ?O limite de consumo desse tipo de gordura não será declarada porque não existe recomendação para a ingestão delas diariamente. O ideal é que seja consumido o mínimo possível?, afirma a gerente de produtos especiais da Anvisa, Antônia Aquino.
?O consumo da gordura saturada aumenta o colesterol ruim (LDL), mas não afeta o bom (HDL). Ao contrário, a trans, além de também aumentar o colesterol ruim, diminui o bom?, afirma o cirurgião cardiovascular Luiz Fernando Kubrusly. Assim, além de trazer grandes prejuízos para o sistema cardiovascular, algumas pesquisas indicam que o consumo de gordura trans pode estar relacionado a um aumento na incidência de câncer de mama. As mães também devem ficar de olho nas quantidades ingeridas pelas crianças, pois essa substância pode interferir na composição de outros nutrientes que são importantes para o desenvolvimento de bebês e crianças.
Reduzir o consumo
As gorduras trans, formadas durante o processo de hidrogenação industrial que transforma óleos vegetais líquidos em gordura sólida, são utilizadas para intensificar a consistência e a textura dos alimentos. O nome gordura trans vem da ligação química que a gordura apresenta, e ela pode estar presente em produtos industrializados ou em carnes e leites, nesse caso em pequenas quantidades. Aos industrializados, a substância garante uma consistência crocante, melhora o aspecto e aumenta a vida de prateleira de alguns produtos.
A endocrinologista especializada em obesidade Karla Saggioro explica que a principal questão é tentar reduzir ao máximo o consumo de gordura trans, sem, no entanto, tirá-la do cardápio. ?A maior dificuldade é saber em quais alimentos elas são encontradas e em qual quantidade?, reconhece. Até que as empresas se adaptem à nova norma, o melhor é reduzir seu uso o máximo possível, dando preferência, segundo a especialista, aos óleos vegetais e gorduras poliinsaturadas e monoinsaturadas. Se preocupar em ler o que está escrito nas embalagens dos alimentos industrializados é o primeiro passo para fugir do consumo exagerado de gordura trans.
Onde elas se escondem
* Alimentos de fast food.
* Salgadinhos.
* Batata frita.
* Massa folhada.
* Margarina.
* Biscoitos e cookies.
* Sorvetes.
* Bolos recheados prontos.
* Chocolates em barra e bombons.
* Maionese.
* Sopas e cremes industrializados.
