Chicago – Comer em excesso e não fazer exercícios pode superar o fumo como as principais causas de mortes evitáveis entre americanos em 2005, segundo um estudo publicado ontem que pede que campanhas de saúde pública alertem os americanos sobre o preço deste estilo de vida.

Mais americanos sofrerão de doenças cardíacas, diabetes e outros males relacionados com a obesidade do que os causados pelo tabagismo no próximo ano, na medida em que o preço real da epidemia de obesidade no país se torna aparente e um número crescente de americanos deixa o fumo, continuou o estudo.

Pesquisadores dos Centros Americanos para o Controle e Prevenção de Doenças (CDC, sigla em inglês) estimam que a taxa de mortalidade atribuída a uma dieta pobre e à falta de exercícios saltou em um terço entre 1990 e o ano 2000, enquanto as mortes causadas pelo fumo aumentaram menos de 10%.

Se a tendência se mantiver, o número de mortes relacionado a este estilo de vida pode ultrapassar a marca dos 500 mil no próximo ano, superando o tabagismo como principal causa de mortes evitáveis pela primeira vez em mais de 40 anos.

No ano 2000, um número estimado de 400 mil mortes -16,6% do total nacional, de 2,4 milhões – estava relacionado de alguma forma com os hábitos alimentares e o sedentarismo das pessoas, segundo a análise dos CDC, publicada no Jornal da Associação Médica Americana.

A maioria dessas mortes se deve à obesidade, disse Ali Mokdad, chefe do setor de estudo comportamentos do CDC em Atlanta, Geórgia. O tabagismo ainda se mantém como a principal causa de mortes evitáveis: o câncer de pulmão e outras doenças relacionadas com o cigarro provocaram 435 mil mortes ou 18,1% do total em 2000.

Mas os pesquisadores esperam que este índice despenque nos próximos anos, por causa da redução da popularidade do hábito, enquanto os efeitos a longo-prazo da epidemia de obesidade, vistos nos anos 90, levam anos para se manifestar. “Precisamos fazer da prevenção parte de nosso sistema de saúde”, disse Mokdad. Especificamente – disse ele – as autoridades de saúde pública precisam encarar com agressividade o problema emergente.

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