Na década de 1960, a recomendação para a gestante era para que ela ficasse sentada com os pés para cima. Nos anos 70s e 80s, o principal conselho era para ela não ganhar muito peso e se exercitar levemente, procurando manter a freqüência cardíaca baixa. Dos anos 90s até esse início de século, a preocupação ficou por conta de saber até que ponto o exercício rigoroso e as mulheres grávidas eram compatíveis. Nos novos tempos, finalmente, a gestação foi reconhecida apenas como um estado de saúde modificado e não uma doença.
Não existem evidências científicas de que qualquer programa de exercícios resulta em um bebê mais saudável ou em um parto mais rápido ou com menos complicações. ?O que se sabe hoje é que as gestantes que se exercitam chegam ao término da gravidez em melhores condições físicas e têm, no pós-parto, uma recuperação mais rápida e eficiente?, atesta Rosires Pereira de Andrade, especialista em Reprodução Humana da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Para o médico, que aconselha todas as pessoas a fazer exercícios, numa gravidez normal, sem qualquer tipo de complicação que possa levar a um parto prematuro, a prática é extremamente benéfica. Por isso, as futuras mamães devem buscar a orientação dos seus obstetras. ?Bem acompanhada, a mulher pode continuar se exercitando até o final da gestação?, assegura. Com mais elasticidade, força e tonicidade, de acordo com o médico, ela terá mais condições de enfrentar o parto, tanto emocional quanto fisicamente.
Consistência e moderação
A aceitação cada vez mais freqüente dos médicos à prática de exercícios por grávidas e a especialização dos professores de educação física nessa área têm levado um número cada vez maior de gestantes às academias de ginástica. Segundo Patrícia Cordeiro, especialista em educação física para gestantes, informação, consistência e moderação nos exercícios são os fatores mais importantes ao optar por uma atividade física. Uma atividade bem planejada (caminhada leve, natação, sessões de alongamento, yoga pa
ra gestantes, hidroginástica para gestantes) pode trazer inúmeros benefícios, como mais energia, maior disposição para as tarefas do dia-a-dia, sensação de bem-estar e até diminuição dos problemas de ordem circulatória, facilmente percebidos pelas futuras mamães.
?Um bom programa de exercícios pode, ainda, melhorar a postura pelo fortalecimento dos músculos das costas, peito, ombros, barriga e nádegas?, reconhece a professora. Sem contar que pesquisas comprovam que a atividade física auxilia na manutenção do peso e, portanto, na prevenção de doenças associadas ao sobrepeso, como diabetes e hipertensão, diminui complicações obstétricas, o risco de parto prematuro, a fase ativa do parto. Ou seja, a mulher fica mais forte para ajudar seu bebê a nascer, diminuindo também a necessidade de cesáreas e melhorando a capacidade física para cuidar do recém-nascido.
Patrícia Cordeiro lembra, ainda, que além de propiciar benefícios físicos, o exercício bem orientado pode ser também mais um momento de muito prazer em que a mulher percebe as transformações trazidas pela gravidez, vivencia as mínimas sensações de seu corpo e do seu bebê e assim se prepara mais feliz para a maternidade.
Exercícios que só fazem bem
* Caminhada
* Natação
* Ciclismo
* Hidroginástica
* Musculação ou ginástica localizada
* Alongamentos
* Ioga
Para tornar a atividade física uma aliada
* Exercite-se pelo menos 3 vezes por semana;
* Comece devagar e avance gradualmente no programa, sempre com o acompanhamento de um profissional;
* Pare os exercícios e consulte o seu médico caso sinta algum tipo de sintoma, como dores, tonturas, enjôos;
* Retorne gradativamente a sua rotina de exercícios, um mês após o parto;
* Use roupas confortáveis;
* Pratique exercícios em horários em que a temperatura estiver mais amena;
* Beba muita água;
* Não faça exercícios de alto impacto;
* Cuidado com a intensidade dos exercícios. Ouça o seu corpo.