A Fundação Nacional de Saúde (Funasa) está lançando planos regionais para combater a dengue. Técnicos do órgão reuniram-se ontem, em Curitiba, com secretários estaduais e municipais de Saúde dos três Estados do Sul para discutir as metas do plano. Se pretende com ele reduzir em menos de 1% a infestação do mosquito nos domicílios nos 3.529 municípios brasileiros que registram a presença do vetor; reduzir em 50% o número de casos em 2003 em relação a esse ano, e a menos de 1% os óbitos por dengue homorrágica.
Para atingir as metas, afirma o diretor do Centro Nacional de Epidemiologia da Funasa, Jarbas Barbosa da Silva Júnior só será possível com a participação da sociedade, pois 90% dos casos foram registrados em residências. “Não estamos falando de um mosquito que dá em água suja. Então é preciso criar na população o hábito de ver a água das plantas ou das calhas, e tornar isso uma necessidade com escovar os dentes ou lavar as mãos”, comparou. O Ministério da Saúde vai disponibilizar R$ 1bilhão para o programa que serão investidos em apoio como salários, campanhas educativas e equipamentos.
No Brasil foram registrados até julho desde ano 672.371 casos de dengue, dos quais, 96 pessoas morreram em decorrência de febre homorrágica. No Paraná, até essa semana, foram 5004 casos, e apenas um caso suspeito de morte. O secretário Estadual de Saúde, Luiz Carlos Sobania, afirmou que cinquenta mil pessoas serão envolvidas no programa de combate a dengue. Em setembro, o Estado promoverá o “dia D” contra a doença, quando será distribuída uma lista de medidas (check list) onde as pessoas deverão adotar para identificar e eliminar os potenciais criadouros do mosquito transmissor.
Doença mata 20 mil por ano
A Organização Mundial da Saúde estima que 80 milhões de pessoas se infectam anualmente, em cem países de diferentes continentes, e cerca de 20 mil morrem em conseqüência da doença. O mosquito transmissor do vírus, Aedes aegypti, se espalhou por uma área onde vivem 3,5 bilhões de pessoas, e além de encontrar condições favoráveis para se proliferar, está se adaptando as condições climáticas de variadas regiões.