Quando expostas à fumaça, as pessoas voluntárias que fizeram parte da pesquisa apresentaram um aumento do metabolismo corporal e a produção de hormônios pela glândula tireóide se elevou. De acordo com a endocrinologista Gisah Amaral de Carvalho, especialista em tireóide, o estudo comprovou que quanto maior a exposição passiva ao fumo, maiores são as modificações na função da glândula tireóide. O estudo também mostrou a relação entre os níveis de nicotina dosados no sangue e na urina e o aumento da secreção de hormônios pela tireóide. "Mas tudo isso ainda é polêmico, pois várias outras pesquisas precisam ser feitas para se chegar a uma conclusão definitiva", comenta a médica.
A pesquisa atual foi realizada com poucos pacientes, por isso estudos com um maior número de voluntários saudáveis que usam reposição hormonal precisam ser realizados. "Só assim, os dados da pesquisa serão realmente comprovados", conclui a especialista, lembrando, ainda, que os fumantes com hipertireoidismo ou oftalmopatia (aumento do volume ocular) desenvolvem mais complicações decorrentes dessas doenças do que os não-fumantes. Entre outras manifestações, a oftalmopatia tem seu curso complicado provavelmente pelas toxinas do cigarro que alteram o sistema imunológico e pela agressão direta da fumaça no globo ocular.