Um novo estudo, realizado pela fisioterapeuta, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), conclui que sessões de fisioterapia respiratória beneficiam pacientes que passaram por uma cirurgia cardíaca. O objetivo é minimizar os prejuízos da função respiratória após o procedimento, o que costuma ser comum em pacientes nesse pós-operatório e pode ser fatal. A fisioterapeuta Ana Beatriz Sasseron, autora do estudo, realizou pelo menos cinco sessões de fisioterapia com exercícios específicos para os pulmões em 35 pacientes no pré-operatório na Santa Casa de Misericórdia de Araras, interior de São Paulo.
Os principais centros médicos que dispõem deste tipo de procedimento adotam alguns cuidados no pré-operatório e, em muitos casos, também a fisioterapia. Mas essas ações ocorrem quando o paciente já está hospitalizado e prestes a ser submetido à cirurgia, restando tempo para que sejam feitas no máximo uma ou duas sessões. De acordo com a pesquisadora, o ideal é que sejam feitas em caráter preventivo o maior número possível de sessões de exercícios respiratórios. No entanto, a cirurgia impõe riscos e precisa ser feita, na maioria das vezes, mais precocemente possível, o que dificulta estabelecer o número ideal de sessões.
A recomendação do estudo é que a fisioterapia seja realizada já na fase antes da cirurgia, ou seja, no momento em que o indivíduo está realizando os exames de rotina, sejam incluídas também as sessões de fisioterapia respiratória. A prevenção pode reduzir o tempo de internação do paciente, diminuindo o risco de infecção hospitalar ou outras complicações do gênero. De acordo com o estudo, os resultados comprovaram a influência na evolução da função respiratória dos pacientes no pós-operatório.
No entanto, não houve diferenças estatísticas da função respiratória no que se refere à quantidade de sessões realizadas. Isto significa que, independentemente do número de sessões, é importante a realização de fisioterapia antes da cirurgia, com orientações gerais sobre a cirurgia e utilização de técnicas e recursos que possam amenizar as alterações esperadas neste período, favorecendo um adequado restabelecimento destes pacientes no pós-operatório.