Oficialmente, o verão começou no dia 21 de dezembro, mas na prática, uma boa parte do País já enfrenta os dias ensolarados e temperaturas em elevação antes disso. No início da estação mais quente, o alerta de todo ano se faz necessário: a melhor maneira de se evitar queimaduras, vermelhidão, envelhecimento precoce e até mesmo o câncer da pele é não tomar sol entre as 10 e 16 horas, usar chapéu e guarda-sol nas piscinas e praias. E, é claro, não esquecer do bom e velho filtro solar.
O conselho vale para todas as idades, mas principalmente para quem tem até 20 anos. Segundo a dermatologista Annia Cordeiro Lourenço, mesmo antes das dez horas ou depois das 16 horas, considerados horários ?bons? para tomar sol, as pessoas também correm o risco de sofrer os efeitos nocivos do sol. ?O raio ultravioleta A (UVA) é emitido continuamente ao longo do dia, piorando manchas já existentes, destruindo o colágeno, envelhecendo precocemente a pele e podendo causar até melanomas?, destaca.
Os especialistas confirmam que 70% a 80% dos efeitos maléficos do sol são produzidos nas primeiras décadas de vida. Mas eles só vão aparecer depois dos 40 anos de idade, quando a pele perde a elasticidade, o viço e começam a surgir os sinais do envelhecimento. Na verdade, os efeitos do sol são cumulativos e, mesmo que ainda não possam ser vistos, já estão lá, definindo como será a pele da pessoa no futuro.
Fotoproteção
Annia Lourenço, ?O produto adequado e sua aplicação correta fazem toda a diferença na hora de se proteger dos raios nocivos do sol.? |
Denise Steiner, doutora em dermatologia, recomenda que, ao primeiro sinal de manchas na pele, devido à exposição exagerada ao sol, a pessoa deve procurar auxílio especializado. ?A boa notícia é que, para tratá-las, a indústria farmacêutica vem disponibilizando produtos mais eficazes?, reconhece. Hoje, existem novos conhecimentos que tornam os cuidados ainda mais importantes. Com efeito, a especialista tem alertado para a existência de uma relação íntima entre as radiações e o melanoma maligno, a forma mais grave de câncer da pele.
A principal arma para proteger a pele ainda é a prevenção. A segunda é o filtro solar. Como cada tipo de pele pede um grau maior ou menor de proteção, é preciso ficar atento e não dispensar o uso do filtro. Isso serve, também, para os dias nublados. Só que os fotoprotetores devem ser usados da maneira certa. O uso incorreto faz com que as pessoas sintam uma falsa proteção e acabem se expondo mais aos perigos do sol do que as pessoas que não usam o filtro.
Para escolher um filtro solar que realmente proteja a pele, Annia Lourenço afirma que o produto adequado e sua aplicação correta fazem toda a diferença na hora da proteção: ?Varia muito a composição dos protetores solares e, com isso, também a sua eficácia?. Segundo a especialista, a espessura da camada aplicada também altera completamente o resultado. ?O correto é aplicar uma camada mais grossa, o equivalente a meia colher de chá, para a face e o pescoço?, recomenda.
Filtro todo dia
A escolha do filtro solar mais adequado ao seu tipo de pele deve ser feita com a ajuda de um dermatologista. ?Basicamente, para peles oleosas, a indicação são os géis, géis-creme ou fluidos, enquanto peles secas e envelhecidas devem optar pelos cremes?, aconselha Annia. Filtros solares com fatores de proteção solar (FPS) elevados como 50 ou 60 estão indicados para exposições intensas, na praia, piscina ou para a prática de esportes. Já os fatores 15 ou 20 devem ser usados durante todo o dia, independentemente do clima, das condições metereológicas ou da estação do ano.
Não são somente as pessoas que vão tirar férias, viajar ou freqüentar as praias que necessitam de cuidados com a pele. Trabalhadores que vivem em contato diário com o sol, como carteiros, trabalhadores rurais e jardineiros, entre outros, também devem usar algum tipo de proteção. Denise Steiner reconhece que nem sempre isso é possível. Como dificilmente no trabalho alguém se acostuma a usar sombrinhas, chapéus, roupas que cubram do decote até os punhos e tornozelos, o uso de fotoprotetores é fundamental.
Nesse sentido, o uso de bonés, chapéus e guarda-sol também ajudam na proteção contra os raios do sol, mas sem o uso do filtro solar, essas opções não são suficientes. ?Tecidos finos, como nylon, malha e algodão, protegem muito pouco porque o reflexo da areia e da água leva os raios solares a várias direções?, diz Annia Lourenço, completando que ficar na praia debaixo do guarda-sol ou só de boné não são medidas suficientes para evitar a ação do sol.
A dermatologista curitibana também lembra que os protetores solares não são recomendados para crianças com menos de seis meses, devendo ser mantidas à sombra. Após essa idade, elas necessitam de proteção diária. ?O acúmulo da radiação, responsável pelo câncer da pele, ocorre em grande parte na infância e adolescência?, lembra.
Não esqueça
* Para a maioria das pessoas, o fator de proteção solar 15 é suficiente
* No rótulo do produto deve conter a indicação “proteção contra raios UVA e UVB”
* O filtro deve ser aplicado sobre a pele limpa e seca e reaplicado a cada duas horas para manter a proteção
* O uso de chapéu ou boné não deve ser descartado
* Camisetas ajudam a impedir a passagem do sol
* Evite longos períodos sob o sol, mesmo com proteção