Para muitas pessoas, as festas de Natal e fim de ano servem para elevar o espírito, proporcionando harmonia e felicidade. Para outras, as simples imagens de Papai Noel nas vitrines das lojas causa arrepios. Pode ser pela saudade de um ente querido que se foi, de lembranças de familiares que estão longe ou o simples fato de perceber que restam poucos dias para a chegada de um novo ano e que a retrospectiva pessoal não traz grandes novidades. Essas perturbações podem, em muitos casos, acarretar em um quadro identificado pelos médicos como estresse de final de ano.
Lidar com essas questões, para muitos, é um verdadeiro desafio. ?Enquanto a maioria das pessoas se prepara alegremente para as festas, outras se estressam pelo simples fato de elas existirem", diz Cecília Shibuya, dirigente da Associação Brasileira de Qualidade de Vida. Os principais sintomas da reação aguda a esse tipo de estresse passam por sudorese e insônia e, até mesmo, uma leve taquicardia. Para combatê-las os médicos indicam desde sessões de psicoterapia até a prescrição de antidepressivos. "Pessoas com mais dificuldades em separar a vida pessoal da profissional são as que estão mais sujeitas a essas instabilidades emocionais e nervosas", confirma Cecília.
Mais intensos nessa época, o movimento nas ruas, as aglomerações, o trânsito e o corre-corre normal do período provocam um importante desgaste nas pessoas mais suscetíveis ao problema. A dirigente, que é especialista em promoção de saúde e qualidade de vida, tem algumas dicas para se passar os últimos dias do ano sem maiores comprometimentos: "Deve-se procurar programar a saída de casa e fazer as coisas com o pé no automático, ou seja, fazer somente aquilo que realmente precisa ser feito?, recomenda.
Paciência e civilidade
Também é importante solucionar qualquer demanda rapidamente, sem ficar protelando a intenção de resolver as coisas. É preciso ter discernimento na hora de administrar os vários papéis assumidos no dia-a-dia. ?No festas de final de ano do pessoal do escritório ou da fábrica, por exemplo, fica difícil evitar aquelas pessoas com quem não se simpatiza muito. Nesse caso, é preciso encarar a dificuldade e tentar evitar conflitos?, reconhece Cecília Shibuya. Já no ambiente familiar essas situações podem ser tratadas com paciência e civilidade. ?Na ceia de Natal ou na virada do ano ninguém é obrigado a estar acompanhado de pessoas com quem não se sente à vontade, por qualquer que seja o motivo?, comenta, indicando que o ideal é conversar com a família para que se chegue a um consenso sobre onde e com quem passar esses momentos, normalmente, alegres e prazerosos.
Outro fator incômodo que começa a pesar na consciência de algumas pessoas, principalmente no fim do ano, é a não-realização de planos prometidos no réveillon anterior. ?Nesse caso, vale a pena fazer uma reflexão e investigar quais os reais motivos que impediram atingir essas metas?, frisa a especialista. No entender de Cecília, antes de traçar planos para o próximo ano, cada um deve ser realista e ponderar suas capacidades e condições para não se cobrar além do possível.
Sintomas que podem indicar que o seu presente de final de ano é o estresse.
– Angústia.
– Depressão.
– Dores de cabeça.
– Enxaqueca.
– Impaciência.
– Mau humor.
– Pânico.
