Numerosos estudos afirmam que o homem perdeu, em média, 50% da quantidade de espermatozoides nos últimos 50 anos. Pior ainda, a queda de fertilidade masculina vem se acentuando e atualmente está em 2% ao ano. Além dos altos níveis de estresse, má alimentação e fatores ambientais, estudos da Universidade da Califórnia também apontam a idade como um fator importante na infertilidade.

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Diante de tanta informação de impacto, é comum surgirem notícias que são mais alarmismos do que verdades. O especialista em Medicina Reprodutiva Edson Borges Junior, diretor científico do Fertility Medical Group, esclarece 7 dúvidas muito comuns.

1.     Os níveis de chumbo no organismo põem em xeque a fertilidade masculina. “Verdade”, diz o especialista. “Estudo realizado pelo America’s Fertility Research Laboratories, em Nova York, encontrou uma clara associação entre o chumbo e a baixa função dos espermatozoides, depois de analisar pacientes que estavam no primeiro ciclo do tratamento de fertilização in vitro. A presença do chumbo no organismo, nesse caso, foi potencializada pelo consumo de álcool, cigarro e pelo sedentarismo. Os efeitos são tão relevantes, que as autoridades estão revendo os limites dos metais, principalmente do chumbo, expostos no meio ambiente. ”

2.     Substâncias contidas nos plásticos usados para fazer painéis de carros e cortinas de banheiro são prejudiciais à fertilidade.   “Verdade. Cada vez mais, as pessoas entram em contato o tempo todo com substâncias químicas que podem prejudicar a fertilidade masculina. Mas, nada de alarmismo! Mais importante ainda é cuidar dos alimentos consumidos diariamente. Hoje em dia, o peixe, a carne e o leite, por exemplo, podem estar contaminados com resíduos de pesticidas, metais pesados, e até mesmo esteroides anabolizantes usados na indústria de alimentos. ”

3.     Calor em excesso compromete a saúde dos espermatozoides. “Verdade. A exposição excessiva ao calor tem um impacto negativo no DNA dos espermatozoides. Estudos apontam que, para cada grau a mais numa temperatura ambiente já elevada, a produção de espermatozoides pode diminuir em 40%. Os testículos têm de ser mantidos entre três e quatro graus abaixo da temperatura corporal. Por este motivo, o aumento crônico da temperatura ambiente pode levar a danos na produção espermática. ”

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4.     Alguns alimentos aumentam a fertilidade. “Verdade. Alimentos com alto poder antioxidante podem melhorar a qualidade dos espermatozoides. Sendo assim, tudo o que leva quantidades consideráveis de vitamina C, vitamina E, ácido fólico (família das vitaminas B) e zinco fazem bem à função reprodutiva masculina. Por outro lado, é importante reduzir bastante a quantidade de gordura trans, carne vermelha, sal e açúcar quando se quer engravidar. ”

5.     Usar roupas apertadas, como as calças de muitos artistas, pode ser prejudicial para a fertilidade masculina. “Alarmismo. O tipo de roupa que um homem usa em nada interfere na sua função reprodutiva. ”

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6.     Varizes nos testículos são sinal de infertilidade. “Alarmismo. A varicocele, que é a formação de varizes nas veias do escroto, onde estão alojados os testículos, é uma doença bastante associada à infertilidade masculina, acometendo entre 15% e 20% dos homens. Entretanto, nem todo homem portador de varicocele é infértil.  Trata-se de uma doença que acomete 40% dos homens com infertilidade e tem um efeito temporal. Alguns, quando jovens, costumam engravidar suas parceiras mais de uma vez. Mas, como a varicocele não tratada pode, com o passar do tempo, afetar negativamente a produção e o desenvolvimento dos espermatozoid,es, deve ser motivo de atenção desde o diagnóstico inicial, ainda que seja na adolescência. ”

7.     Trabalho pesado compromete a fertilidade masculina. “Verdade. Tanto no caso dos exercícios físicos em excesso quanto no caso de trabalhos extenuantes, há uma sobrecarga de esforço que libera muito cortisol em resposta ao estresse – hormônio que tem impacto direto nos órgãos reprodutivos. O excesso de cortisol acaba causando deficiência de testosterona. Apesar de ser fundamental para a vida, em excesso tem graves implicações. Outro problema é o aumento da pressão arterial – que leva, na sequência, à necessidade de medicamentos de uso contínuo. Esse conjunto ainda pode ser acrescido de fadiga, depressão e perda de desejo sexual. ”

Fonte: Dr. Edson Borges Junior, especialista em Medicina Reprodutiva, diretor científico do Fertility Medical Group (fertility.com.br) e do Instituto Sapientiae (sapientiae.org.br).