Fatores que influenciam na obesidade infantil

A obesidade pode estar ligada a uma predisposição genética e aos hábitos alimentares da família.

O estilo de vida das pessoas influi fortemente quando o assunto é o sobrepeso, principalmente, entre as crianças.

Assim, o sedentarismo aliado uma dieta hipercalórica, a ausência de regularidade no horário das refeições são fatores que de forma isolada ou combinada contribuem para o desenvolvimento da obesidade infantil.

Nesta questão, o vínculo emocional mãe-filho afeta a nutrição da criança, pelo modo com que a mãe, demonstrando afeto ou preocupação, oferece alimentos como “prêmio” ou compensação.

Assim, o estilo de vida deve um componente importante na gênese da obesidade, pois este define os hábitos e costumes das crianças e adolescentes e os consolida nos pais. A conclusão é de um estudo coordenado pelo médico Paulo Cavalcante Muzy, especialista em fisiologia do exercício.

O especialista elenca alguns hábitos e costume que colaboram no ganho de peso: não possuir horários fixos para comer, quantidade de comida por refeição, eqüilíbrio no consumo de nutrientes; número de refeições diárias, hábito de comer entre as refeições e a qualidade e quantidade dos alimentos ingeridos nesses intervalos.

Alimentação

Outra questão importante é ser pouco provável que crianças com tendência genética à obesidade, que convivam com pais obesos, mantenham-se magras. Para a endocrinologista Belkis de Araújo Cardoso Ferrari, um tratamento em conjunto pode conseguir melhores resultados.

“Se a mãe conseguir perder peso, as crianças emagrecem ainda mais”, constata. Os levantamentos apontam que a taxa de sucesso do tratamento feito na dupla mãe-filho ultrapassam a 50% dos casos.

Apesar disso, a médica esclarece que para as crianças gordinhas, o ideal é não restringir drasticamente a alimentação e, sim, adaptá-la a uma alimentação mais saudável, além de incentivar à prática esportiva.

De acordo com os médicos, como a criança está em fase de crescimento, a manutenção do peso e, não apenas o emagrecimento, pode ser considerado uma vitória. Isto porque, respeitadas as etapas do crescimento, o peso tende a se adequar à altura.

Segundo Belkis Ferrari, a prevenção ainda é a melhor maneira de combater a obesidade infantil. Como as crianças não têm noção das conseqüências do aumento de peso em longo prazo, seria importante receberem orientações sobre alimentação desde cedo.

Direto da horta

Preocupada com o crescimento dos casos de obesidade infantil, a prefeitura de Curitiba, junto com os distribuidores de merendas escolares, resolveu criar um programa de educação alimentar, conhecido por Caminho da Roça, a fim de aproximar as crianças da alimentação ideal.

No programa ela são levadas a uma horta para assistirem a uma palestra sobre os grupos alimentares, a importância do consumo de frutas e verduras, o benefício das cores dos alimentos e aprendem sobre safra, higienização dos alimentos e das mãos.

Recebem explicações sobre os tipos de cultivo e os nutrientes dos alimentos, colocando em prática o que aprenderam. Com os produtos colhidos da horta elas mesmas preparam um lanche gostoso e nutritivo.

A nutricionista Francine Souza Gomes, responsável pelo programa, explica que a iniciativa busca resgatar a saúde das crianças para não se tornarem adultos obesos. “As crianças estão deixando de lado as frutas e verduras e, para piorar, as atividades físicas então é preciso motivá-las de alguma forma”, reconhece.

Elas levam para casa um livrinho educativo com as informações que receberam. Desde o início do programa, 220 escolas já participaram do Caminho da Roça, totalizando aproximadamente 12 mil crianças.

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