É difícil encontrar quem não tenha em casa uma caixa contendo medicamentos, pronta para ser utilizada em emergências – a famosa farmacinha doméstica.

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Ela é abastecida por remédios que sobraram de algum tratamento ou comprados apenas por prevenção. Os comprimidos para dor de cabeça estão entre os mais presentes. A “caixinha” serve também para organizar e, até, facilitar a vida de quem faz uso contínuo de remédios ou está passando por algum tratamento recomendado pelo médico.

A farmacêutica Rosalinda Braga da Rede Hiperfarma, em Curitiba, esclarece que alguns medicamentos são livres de prescrição médica e podem ser guardados em casa para utilização em caso de necessidade.

Entre eles estão as pomadas contra queimaduras, descongestionantes nasais, analgésicos para aliviar a dor de cabeça, alguns antigripais, antifebris e o famoso kit de primeiros socorros, que inclui gaze, esparadrapo, água oxigenada e soro fisiológico, entre outros.

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A especialista reconhece que isso não tem nada a ver com a automedicação, uma prática corriqueira no Brasil, mas que precisa ser evitada. Como em muitos casos a quantidade recomendada pelo médico para o tratamento não é encontrada de forma exata nas farmácias, é comum ocorrer sobras de medicamentos.

“Isso não significa que o mesmo deve ser guardado para ser consumido em outra situação parecida ou que deva ser jogado no lixo ou esgoto”, adverte Rosalinda. As opções são doar para outra pessoa que tenha a mesma receita ou procurar o sistema de descarte de produtos químicos da cidade.

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Onde guardar?

Mesmo tendo os remédios indicados pelos médicos e consumindo-os com responsabilidade, os donos dessas farmacinha ainda precisam atentar para a forma de armazenamento dos mesmos.

“A principal recomendação é não deixar em local quente, úmido e longe da exposição ao sol”, reforça a farmacêutica. Deve-se, por exemplo, evitar armazená-los em locais úmidos, como o banheiro ou na cozinha, próximo ao fogão. “A maioria dos medicamentos sofre alteração na eficácia após serem submetidos a esses componentes, por isso devem ser evitados”, avalia.

Por mais que essas informações estejam contidas em quase todas as bulas, é importante ressaltá-las, pois nem todas as pessoas prestam atenção nas letras, invariavelmente, microscópicas, outra rotina que pode prejudicar a saúde.

A dificuldade encontrada por quem mantém uma caixa com remédios é saber onde guardá-los. De acordo com os especialistas, o melhor lugar para se deixar a farmacinha doméstica é em um armário na copa (desde que longe do calor e da umidade) ou em uma caixa no alto do guarda-roupa. “As famílias com crianças em casa devem dar atenção especial a esse detalhe, mantendo sempre o local trancado e de difícil acesso”, ressalta Rosalinda.

Quantidade exata

Outra dica importante é sempre manter os fármacos em suas embalagens originais juntamente com as bulas, para consultas futuras. Isso evita que outras pessoas da família consumam remédios uns dos outros, além de facilitar a verificação de informações importantes, como quantidade a ser usada e as reações adversas.

Outro detalhe, muitas vezes desprezado, é não prestar atenção na data de vencimento dos medicamentos, afinal um dos maiores riscos de intoxicação é o consumo de remédios com data de vencimento expirada.

Para a especialista em clinica médica Adriane Miró Benke Pereira enquanto aquela caixinha de primeiros socorros guardada no fundo do armário contiver apenas gases, esparadrapos, água oxigenada e outros materiais para curativos, tudo bem.

“A situação torna-se preocupante quando a farmacinha caseira é completada com medicamentos mais potentes”, enfatiza a médica. Apesar do alerta dos médicos e farmacêuticos, esta prática é muito comum, mas pode se tornar um perigo para a saúde das pessoas.

Uma iniciativa que deve se tornar rotina para os pacientes, segundo a especialista, é solicitar ,ao médico que prescreva quantidades exatas dos medicamentos.

 Assim, quando adquirir o produto nas drogarias a pessoa saberá a quantidade certa do remédio que terá que levar para casa e evitará armazenar as “sobras”. Outra recomendação dos especialistas é de que as pessoas consultem o seu médico para identificar os remédios realmente necessários para se ter em casa, conforme suas necessidades habituais.

Recomenda-se

* Nunca compre mais remédio do que a quantidade receitada uJamais interrompa o tratamento antes do prazo

* Não recorra à automedicação, evitando comprar medicamentos desnecessários ou que são abandonados quando os sintomas desaparecem

* Quem tiver em casa remédios controlados vencidos (os tarjados, que são mais fortes e oferecem risco à saúde se consumidos indevidamente), podem levar os frascos para as unidades de saúde espalhadas pela cidade

* Jogue fora tubos e cremes ressecados e rachados, assim como líquidos que estejam turvos ou com resíduos

* Desprezar comprimidos quebrados ou faltando partes, se desmanchando ou que se esfacelam facilmente

* Na farmácia ou drogaria, procure pelo farmacêutico habilitado e obtenha as informações possíveis sobre o medicamento prescrito pelo médico, tais como interações medicamentosas, posologia correta e reações adversas