Um estudo feito no Segundo Departamento de Cardiologia do Hospital Geral da Universidade de Attikon, na Grécia, (publicado em Dez 2005 pela revista científica Euro Journal Cardiovascular Prev. Rehabil., 2005 Dec; 12(6):596-600, com o título “Componentes polifenólicos de uvas vermelhas melhoram a função endotelial em pacientes com doença cardíaca coronária”), mostrou que tomar vinho tinto melhora a dilatação dos vasos sanguíneos atuando no endotélio (tecido da parede dos vasos).
No estudo foi dado a um grupo de homens que tinham doença cardíaca coronariana um extrato de polifenol extraído de uvas vermelhas (600mg) dissolvido em 20ml de água e também deram os 20ml de água com um placebo (substância sem efeito nenhum) como se fosse o extrato da uva, assim que todos os homens pensavam que estavam tomando o extrato da uva e eles foram escolhidos ao acaso pelos pesquisadores. Usaram ultra-sonografia de alta resolução para avaliar a dilatação da artéria braquial após uma hiperemia provocada pela obstrução com um garrote no braço. Mediram a dilatação em jejum, e 30, 60 e 120 minutos após terem tomado o extrato ou placebo. O resultado encontrado foi que os que tomaram o extrato da uva tiveram realmente uma dilatação da artéria atingida após 60 minutos, que foi muito maior do que o que ocorreria normalmente naquelas circunstâncias. Não ocorreu nenhuma mudança na dilatação da artéria dos homens que tomaram o placebo.
Os pesquisadores concluíram que os componentes polifenóis de uvas vermelhas melhoram a função endotelial nos pacientes com doença cardíaca coronária. Estes resultados, segundo eles, poderiam provavelmente explicar, pelo menos em parte, os efeitos favoráveis do vinho tinto para o sistema cardiovascular. O álcool (etanol) é tóxico para o organismo humano, mas componentes da uva são saudáveis.
O fígado é o principal órgão responsável pela metabolização do álcool. Em média se gasta uma hora para o fígado processar um drinque. Se uma pessoa permanece bebendo três drinques por dia, o corpo mostra sinais de estresse pela sobrecarga do trabalho de eliminação do álcool. Após poucas semanas ingerindo quatro ou cinco drinques por dia, as células do fígado começam a acumular gordura, e se a pessoa insiste em beber pode surgir hepatite alcoólica, com inflamação e destruição das células do fígado. Isto conduz à cirrose, que é uma doença irreversível e progressiva que leva à morte. Cerca de 15% das pessoas que insistem em beber após a hepatite alcoólica, desenvolve cirrose hepática.
Uma meta-análise (avaliação de vários estudos científicos feitos) indicou que as mulheres que bebem três ou mais drinques por dia têm 69% maior risco de câncer do seio do que as que não bebem. Outra meta-análise mostrou que as mulheres que tomam de dois à quatro drinques no mesmo período aumentam o seu risco de câncer do seio em 41%. Os estudos não distinguem entre o vinho, cerveja ou bebidas misturadas. Nenhuma delas é mais segura que a outra, diz o estudo. Em 1993, o Instituto Nacional para o estudo do álcool nos Estados Unidos (NIAAA) lançou um resultado de estudos que mostrou haver ligação entre bebedores pesados com câncer de esôfago, boca, laringe e cólon. (Hazelden Foundation, www.hazelden.org , “Research links alcohol abuse and breast câncer”, consulta feita no site em 21Março2006.)
Outro estudo revela que o álcool prejudica o controle da diabete (doença em que o pâncreas não produz insulina – Tipo 1 – ou o corpo não consegue usar a insulina que é produzida – Tipo 2). Normalmente o fígado ajuda a elevar o açúcar no sangue liberando glicose. Isto não ocorre quando se ingere álcool, porque a prioridade do fígado, neste caso, será eliminar o álcool. Assim, o álcool diminui o nível de glicose no sangue (hipoglicemia), o que complica para o tratamento do diabético. (Hazelden Foundation, idem acima.)
Abuso de álcool também pode interferir na função sexual masculina, causando infertil,idade por atrofia das células produtoras de testosterona. Também pode prejudicar o desejo sexual e causar impotência devido à danos na enervação ligada à ereção. Nas mulheres o álcool pode alterar a produção de hormônios femininos, diminuindo a menstruação, infertilidade e afetando as características sexuais femininas.
No Brasil, jovens bebem cada vez mais e mais cedo. Meninas consomem a mesma quantidade que meninos. Um estudo da Unesco mostrou que 34,8% dos 50 milhões de estudantes brasileiros dos ensinos fundamental e médio (17,4 milhões de jovens) consomem álcool. Estudo recente feito pela Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) revelou que dos 48.155 jovens entrevistados, 41% já tinham usado algum tipo de bebida alcoólica entre 10 e 12 anos de idade. Aos 18 anos a maioria (81%) já tinha bebido. Nos anos 70 os jovens começavam a beber entre os 14 e 15 anos de idade na proporção de uma moça para cinco rapazes. Em 2004 o início passou a ocorrer entre 12 e 13 anos e garotas bebendo a mesma quantidade que os rapazes. Calcula-se que 80% das pessoas que morrem em acidentes de trânsito ou por homicídio são jovens. No estudo da Senad verificou-se que mais que 50% dos estudantes faltavam à escola e 54% estavam um ano atrasados em relação à série considerada ideal para a idade provavelmente devido ao consumo de álcool.
