Você já deve estar ciente de que exercícios físicos, especialmente ao ar livre, são eficazes para vários aspectos da saúde humana. Eles ajudam na prevenção assim como no tratamento de uma série de doenças físicas e mentais.
Estudos confirmam isto com freqüência. A edição de 23 Jan 2006 da revista Preventive Medicine trouxe um trabalho científico com o título ‘Exercício regular, ansiedade, depressão e personalidade: Um estudo baseado na população’, feito por uma equipe (De Moor MH, Beem AL, Stubbe JH, Boomsma DI, De Geus EJ) do Departamento de Psicologia Biológica, da Universidade Vrije, em Amsterdam, na Holanda. Eles avaliaram se exercícios regulares estariam associados à ansiedade, depressão e personalidade numa grande amostra da população, em função da idade e sexo. Usaram uma amostra de adolescentes e adultos gêmeos que tiveram seu estilo de vida e saúde estudados no período entre 1991 e 2002. Verificaram a prática de exercícios, a presença de ansiedade, depressão e características da personalidade usando questionários.
Desta amostra verificou-se que 51.4% praticavam exercícios físicos pelo menos 60 minutos por semana. Com o aumento da idade, houve uma diminuição nesta prática, ou seja, 70% dos indivíduos jovens praticavam exercícios enquanto que 30% dos adultos idosos o faziam regularmente. Dentre os adolescentes, os rapazes exercitavam-se mais, enquanto que entre os idosos, as mulheres praticavam mais exercícios.
Concluiu-se que os que exercitavam-se eram em média menos ansiosos, menos deprimidos, mais extrovertidos e mais voltados para a vida do que os não praticantes de exercícios. O estudo confirma e amplia os achados anteriores, de que exercícios regulares estão relacionados com menores índices de ansiedade, depressão e outros sintomas neuróticos, assim como com maior extroversão e procura de curtir a vida na população em geral.
Um outro estudo foi publicado em 11 fevereiro de 2006 na Revista Européia de Enfermagem Oncológica (Euro J Oncol Nurs), com o título ‘O Efeito de um programa multidimensional sobre sintomas e efeitos-colaterais em pacientes com câncer e em tratamento quimioterápico’, feito por uma equipe (Andersen C, Adamsen L, Moeller T, Midtgaard J, Quist M, Tveteraas A, Rorth M) do Departamento de Oncologia do Hospital Universitário de Copenhagen, Dinamarca. O alvo do estudo era avaliar os efeitos de uma intervenção de seis semanas com atividades físicas estruturadas, relaxamento, massagem, e técnicas de percepção corporal. Foi um estudo prospectivo e exploratório, tendo tido 54 pacientes completado todos os requisitos para o mesmo.
Os pacientes registravam num diário, classificando-os numa escala de 0 a 4, doze possíveis sintomas/efeitos colaterais, tais como perda do apetite, náusea, vômitos, diarréia, perda do tato, prisão de ventre, fadiga física, fadiga mental, dor muscular, dor nas articulações, outra dor, fadiga ligada ao tratamento. Durante o programa houve uma diminuição de 10 dos 12 efeitos colaterais ligados ao tratamento do câncer. Os autores encontraram um alto nível de boa resposta para a melhora da dor. Os resultados gerais do estudo revelam que um programa de exercícios de seis semanas para os pacientes com câncer estando em quimioterapia, pode conduzir a uma redução dos sintomas relacionados com o tratamento.