Uma pesquisa recente da Universidade de São Paulo (USP) concluiu que mulheres com mais de 60 anos que praticam exercícios físicos moderados por semana consomem menos remédios em comparação às sedentárias.
O estudo observou 271 mulheres que participaram do Programa de Saúde da Família, organizado pela Prefeitura Municipal de São Caetano do Sul, na Grande São Paulo. De acordo com o estudo, aquelas que faziam exercícios variados de no mínimo 150 minutos por semana apresentaram consumo de medicamentos 34% menor em comparação às inativas.
O parâmetro estabelecido foi de que com menos de 10 minutos semanais de atividade física a pessoa pode ser considerada sedentária e abaixo dos 150 minutos de exercícios semanais ele é categorizado como insuficientemente ativo. A ingestão de remédios das participantes da pesquisa foi observada por meio do cadastro da Secretaria Municipal da Saúde de São Caetano do Sul, em uma base de dados onde estão registradas informações relevantes sobre todos os participantes do Programa de Saúde da Família.
A causa e efeito entre atividade física e consumo de medicamentos ainda está sendo estudada. A redução dos níveis de pressão arterial proporcionada pela atividade física é uma das hipóteses levantadas pelo estudo, uma vez que a doença é uma das mais comuns entre a população idosa, estando presente em mais da metade das pessoas acima de 60 anos.
Caminhada aplaca a pressão alta Em uma outra pesquisa, realizada da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), da USP, os pesquisadores comprovaram que a caminhada reduz a pressão arterial na primeira hora e, o que é melhor ainda, essa queda se mantém nas 24 horas subsequentes. Foram avaliados 1000 voluntários com idade entre 60 e 75 anos. O diferencial do estudo, segundo os cientistas, é o fato de ter sido analisado o impacto do exercício aeróbico em pista, na modalidade caminhada, e não em esteira e bicicleta ergométrica, como era feito até então.
Após uma única sessão desse exercício aeróbico, em média, a pressão arterial sistólica, que é o valor mais alto e mede a força do sangue nas artérias, quando o coração se contrai para impulsionar o sangue através do corpo, caiu 14 milímetros de mercúrio (mm Hg) e a pressão arterial diastólica, número inferior que mede a pressão enquanto o coração relaxa para se abastecer de sangue, caiu 4 milímetros, ou seja, de 13 por 9, por exemplo, passou para 11 por 8. E, após 24 horas, essa pressão continuou reduzida em 3 milímetros na pressão sistólica e 2 milímetros na diastólica.
Os pesquisadores explicam que a prática contínua de exercícios pode levar à diminuição gradativa e até ao não uso de medicamentos para os hipertensos leves e, ainda ser um método coadjuvante no tratamento com medicamentos nos casos mais graves.