Mulheres fisicamente ativas, em qualquer momento da vida (adolescente, aos 30 anos, 50 ou em idade avançada) têm menor risco de declínio cognitivo na velhice em comparação com aquelas que são inativas. Entretanto a atividade física na adolescência parece ser mais importante, de acordo com um estudo com mais de nove mil mulheres do Health Sciences Centre, no Canadá, publicado no jornal da American Geriatrics Society.
Há uma crescente evidência para sugerir que as pessoas que são fisicamente ativas, em meados da vida e no final tem menor chance de demência e menos riscos de comprometimento cognitivo em idade avançada. No entanto, há uma menor compreensão da importância dos primeiros anos de vida e a atividade física e a importância relativa de atividade física em diferentes idades.
Pesquisadores liderados pela PhD Laura Middleton compararam a atividade física em mulheres. Das participantes, 15,5%, 29,7%, 28,1% e 21,1% relataram ser fisicamente inativas na adolescência, aos 30 anos, de 50 anos, e na velhice respectivamente. O aumento do déficit cognitivo para aquelas que estavam inativas foi entre 50 % e 100% em cada momento. Quando as medidas de atividade física para todas as quatro faixas etárias foram inseridas em um modelo único e ajustadas para variáveis como idade, escolaridade, estado civil, diabetes, hipertensão, depressão, tabagismo e IMC (Índice de Massa Corporal), apenas o nível de atividade física na adolescência permaneceu significativamente associado com o desempenho cognitivo na velhice.
Os pesquisadores também descobriram que mulheres que eram fisicamente inativas na adolescência e tornaram-se ativas fisicamente dos 30 aos 50 anos tinham reduzido significativamente as chances de comprometimento cognitivo em relação aos que permaneceram inativos fisicamente. Em contrapartida, ser fisicamente ativo na idade 30 e 50 anos não foi significativamente associado com as taxas de déficit cognitivo nas mulheres que já eram fisicamente ativas na adolescência. Além disso, a atividade física reduz as taxas e severidade dos fatores de risco cardiovascular, como hipertensão, obesidade e diabetes tipo 2.
Para o neurologista Ricardo Teixeira, vale lembrar também dos benefícios comportamentais do exercício físico, já que bons hábitos costumam atrair outros. “Indivíduos envolvidos em programas regulares de atividade física têm mais chance de se alimentar melhor, de ficar longe dos excessos e de hábitos prejudiciais à saúde, além de seguir as orientações médicas”, explica o especialista.