O mal-estar estomacal e a ressaca que aparecem depois dos excessos natalinos nada têm a ver com o fígado. É do estômago mesmo a origem de tanta indisposição. Os medicamentos populares de venda livre, tidos como protetores do fígado – alguns oferecidos em pequenas garrafinhas – não têm capacidade de preservar ou recuperar o órgão, como alguns pensam. “Comer e beber não faz mal ao fígado. O que existe são problemas de estômago e medicamentos que facilitam a digestão”, afirma Granville Oliveira, assistente da gerência geral de medicamentos da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). “Esses remédios não têm nada que mostre que sejam hepatoprotetores. É gastar à toa. E às vezes as pessoas bebem demais achando que protegem”, afirma Flair Carrilho, professor do Departamento de Gastroenterologia do Hospital das Clínicas de São Paulo. Na verdade, a maior parte dos remédios taxados como hepatoprotetores são digestivos e eles tiveram de mudar de nome depois de uma reavaliação da agência concluída neste ano.
