Médicos de todo o mundo participaram de um estudo internacional para avaliar as possíveis alterações coronárias, como seqüela da doença de Kawasaki. Trata-se de um distúrbio com causa desconhecida, que pode afetar diversos órgãos, inclusive o coração, podendo levar a um infarto. A doença acomete principalmente crianças de 2 a 4 anos.
O principal objetivo da pesquisa é verificar, por meio de exames de estudo de perfusão miocárdica (cintilografias) realizado pela Medicina Nuclear, a incidência de reduções do fluxo de sangue ao miocárdio. ?Com os resultados será possível analisar os riscos da doença de kawasaki para o coração e, dessa forma, trabalhar na sua prevenção e no tratamento?, explica o cardiologista nuclear da Quanta Medicina Nuclear, dr. João Vítola, que foi o coordenador do estudo no Brasil.
A pesquisa foi feita em cerca de 300 crianças de todo o mundo, com histórico da doença. No Brasil, os estudos foram feitos em Curitiba e no Incor em São Paulo e contaram com a participação dos médicos, dr. Nelson Myiague, dra. Eliane Pelissari, da equipe de cardiologia pediátrica do Hospital Pequeno Príncipe, e da reumatologista dra. Márcia Bandeira.
Curitiba ficou entre os cinco principais centros do mundo na inclusão e avaliação dos pacientes, conquistando espaço no cenário mundial para este tipo de investigação. O próximo passo agora é a análise dos resultados que serão posteriormente publicados, contribuindo para uma melhor compreensão da doença de Kawasaki, que ainda tem diversos aspectos desconhecidos.
Sobre a doença
A doença de Kawasaki, apesar de rara, pode trazer conseqüências bastante sérias. Com origem desconhecida, a enfermidade antige crianças entre 2 a 4 anos e gera um processo inflamatório generalizado em diversos órgãos. O seu diagnóstico é freqüentemente confundido com o de outras doenças, principalmente as virais, porque têm sintomas comuns como: febre prolongada, conjuntivite e dermatites na pele.
Uma das conseqüências mais temida desta doença é o infarto. Isso pode ocorrer porque as artérias coronárias (que levam sangue ao músculo do coração) ficam dilatadas e deformadas, causando o problema. ?Uma pessoa que teve a doença na infância passa a necessitar de observação cardiológica por toda a vida?, enfatiza o cardiologista.