A alimentação exclusiva com leite materno até os seis meses de vida garante ao bebê todos os nutrientes essenciais e reduz o risco de diarréias e doenças respiratórias, destacou um estudo da Organização Pan-americana da Saúde (OPS). Ao abrir a Semana Mundial de Aleitamento Materno, a OPS recomendou a volta de “uma prática que tem sido abandonada nas últimas décadas, por diversos motivos”.
Segundo o relatório “A saúde nas Américas”, “apesar da maior parte das mulheres da América Latina amamentar, e o fazer por um período relativamente longo, as práticas do aleitamento natural e exclusivo estão longe de ser as melhores possíveis”.
O organismo lembrou que o período entre o nascimento e os dois anos é uma “janela de tempo crítica” para o crescimento e desenvolvimento infantil. “A longo prazo, as deficiências nutricionais constituem a causa de obstáculos no rendimento intelectual, capacidade de trabalho, saúde reprodutiva e saúde em geral na vida adulta”, assinalou.
O relatório ressalta que, por esses motivos, “a alimentação com leite materno até os seis meses ou ultrapassando o primeiro ano de vida proporciona uma sólida base para a boa saúde durante a adolescência e a vida adulta”.
A OPS também contestou os “mitos que ainda cercam o aleitamento”, entre os quais o de que as mulheres não têm leite suficiente para amamentar por mais de seis meses. “O leite materno é produzido ?por demanda?, ou seja, quanto mais a criança bebe, mais leite é produzido pela mãe”. Com relação à crença de que o bebê precisa tomar água e outros líquidos, indicou que o leite materno “provê todas as necessidades de nutrientes”.
A entidade elaborou também uma ampla pesquisa sobre as vantagens do consumo de leite materno por parte das crianças. Um estudo entre 260 lactantes de maternidades em San Pedro Sula, Honduras, mostrou que os bebês que tomaram apenas o leite materno nos primeiros seis meses engatinharam mais cedo e tentavam andar já aos 12 meses, ao contrário das crianças aleitadas por apenas quatro meses.
Outro estudo, realizado nos Estados Unidos, constatou uma relação inversa entre a duração do aleitamento materno e o risco de obesidade. Os bebês amamentados por mais de sete meses apresentaram 20% menos riscos ou probabilidades de sofrer de obesidade que as crianças alimentadas com o leite materno por menos de três meses.