Viajando a passeio ou a negócios e sofrer de algum distúrbio ou problema de saúde, ninguém merece. De uma simples diarréia (mal mais comum entre os turistas) a casos de dengue ou malária, nenhum viajante está livre de ficar doente fora da sua cidade. Como não sabe a quem recorrer, os transtornos podem se tornar ainda maiores. Para cuidar da prevenção ou diagnosticar qualquer problema de saúde que aconteça em decorrência de uma viagem, a medicina do viajante vem se firmando como uma área de atuação médica, interdisciplinar, que visa a atender as necessidades de um número cada vez maior de pessoas.

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A especialidade é reconhecida nos Estados Unidos, Austrália e em alguns países da Europa, mas no Brasil existem poucas clínicas. No Paraná, os infectologistas Luzilma Martins e Jaime Rocha criaram, em Curitiba, a Travel Clin, uma clínica particular voltada à medicina do viajante, cadastrada na Sociedade Internacional de Medicina do Viajante (ISTM).

De acordo com Luzilma Martins, o objetivo da especialidade é diminuir os riscos de aquisição de doenças durante viagens. A médica explica que estamos acostumados a bactérias e vírus comuns no ambiente em que vivemos. ?Ao viajar, entramos em contato com tipos diferentes para os quais nossa defesa pode demorar a responder, ficando mais suscetíveis a doenças?, explica.

Doenças transmissíveis

 De acordo com a ISTM, nas viagens, os maiores problemas médicos decorrem de acidentes de trânsito, mas doenças cardiovasculares e gastroenterites também podem causar graves incômodos entre viajantes. Conforme Jaime Rocha, no entanto, é no campo das moléstias com potencial transmissível que a especialidade exerce seu principal papel, seja orientando as pessoas e estimulando medidas de proteção individual ou reduzindo a probabilidade da disseminação de doenças a determinadas áreas geográficas.

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O médico explica que, em uma consulta são avaliados o estado de saúde atual do paciente, antecedentes clínicos e seu histórico familiar. Também se inteiram sobre as condições sanitárias do destino e motivo da viagem, meios de locomoção utilizados e atividades que serão realizadas. Assim, orientam sobre os cuidados, devem ser tomados nas viagens. ?Desde os exercícios para se evitar a trombose e minimizar os efeitos do jet lag, até como tratar a água antes de beber?, frisa.

O viajante também aprende, numa consulta, o que fazer em casos de doenças mais comuns na região de destino. O conhecimento detalhado a respeito de situações epidemiológicas de diferentes regiões colabora para auxiliar o clínico no diagnóstico e tratamento precoces. Entre as doenças infecciosas mais comuns nos viajantes, vale destacar a ?diarréia do viajante?, a malária, as infecções do trato respiratório, as hepatites A e B, as afecções cutâneas e as doenças sexualmente transmissíveis.

KIT BÁSICO

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Dependendo do tempo que o viajante permanecerá fora e do local que ele visite, o kit básico de primeiros socorros para o viajante deve conter medicações de uso pessoal (levar sempre a receita médica), profilaxia para a malária, antibiótico para diarréia, anti-histamínico, descongestionante, analgésico, antidiarréico, laxante leve, antitussígeno, antiácido, hidratante oral, pomadas antifúngica e antibacteriana, creme com corticóide, repelente, filtro solar, termômetro, gaze, micropore, anti-séptico e purificador de água.