A conjuntivite está se alastrando pelo Brasil e já é considerada epidemia em quase toda a região Sul, São Paulo e Mato Grosso do Sul. O número de casos cresce diariamente em todas as regiões afetadas. Só em Santa Catarina foram detectados mais de 35 mil registros em hospitais públicos. O número de pessoas contaminadas no Paraná ainda não foi divulgado, mas a Secretaria de Saúde do Estado confirma que se trata de uma epidemia.
Os dados estão sendo apurados pelas secretarias municipais e serão repassados para a regional ainda nesta semana. A contabilização não é feita porque a doença é benigna e portanto não é obrigatória a notificação. Mas estima-se que 30% da população de Foz do Iguaçu e Paranaguá tenham sido contaminados.
As secretarias municipais indicam uma proporção de até oito contaminados para cada 16 pacientes atendidos. Já há focos confirmados da doença em Maringá, Londrina, Ponta Grossa, Curitiba, os municípios da Região Metropolitana e todo litoral do Estado. Estes locais apresentam cerca de 100 novos casos registrados por dia.
RS e SC
No Rio Grande do Sul, o problema não é alarmante, ao menos em relação à capital.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde daquele Estado, Porto Alegre apresenta a média de atendimento dentro dos parâmetros de normalidade. São aproximadamente quatro atendimentos por unidade e para caracterizar um surto, a doença teria que atingir cerca de 120 mil pessoas, o que não é o caso.
Mesmo assim, precauções estão sendo tomadas. O Ministério da Saúde enviou dois técnicos a Santa Catarina, na última quinta-feira, para investigar os focos da epidemia. A intenção é evitar que haja mais contaminações.
A doença
A conjuntivite não é uma doença grave e não provoca seqüelas. Pode ser alérgica, viral, bacteriana ou por irritação química. A epidemia que avança pelos estados, pode ser a mais contagiosa, a do tipo viral. A transmissão ocorre pelo contato direto ou indiretamente com a pessoa ou através de objetos contaminados. O infectado pode transmitir a doença por até 15 dias desde o início dos sintomas. Segundo Antonio Paulo Mallmann, diretor de gerenciamento em saúde no Paraná, o paciente deve tomar cuidado principalmente com a higiene pessoal, lavando bem as mãos, evitando o contato com os olhos e lavando-os com água boricada. “Persistindo o problema, deve-se procurar o posto de saúde mais próximo ou um oftalmologista”, orienta Mallmann.
A conjuntivite é a inflamação da membrana mais externa que reveste o olho, denominada conjuntiva. Os sintomas são inchaço das pálpebras, olhos vermelhos, secreção, lacrimejamento e sensação semelhante à areia no olhos. Em alguns casos pode ocorrer febre, dor de cabeça e mal estar. A cura acontece de forma natural e os sintomas desaparecem geralmente em duas semanas.