Os pesquisadores examinaram vários casos indicadores de um vínculo para quantificar o risco exato e concluíram que as enxaquecas "duplicavam a possibilidade de uma lesão vascular cerebral aguda".
Além disso, alertaram que mulheres que sofrem de cefaléias periódicas e tomam pílulas anticoncepcionais "parecem estar em maior risco".
Os cientistas acreditam que a maior probabilidade de derrames cerebrais decorreria da redução do fluxo sangüíneo ao cérebro, geralmente registrada durante uma enxaqueca.
O professor Ali Samii, neurologista da Universidade de Washington e coordenador do estudo, destacou que "a possibilidade de apoplexia para quem tem enxaquecas é 2,16 vezes maior que a dos que não as sofrem".
Samii acrescentou que, no caso das mulheres que também tomam pílulas anticoncepcionais, "elas são até oito vezes mais suscetíveis a sofrer um derrame cerebral que as demais que não tomam contraceptivos".
"Considerando que o uso de anticoncepcionais por via oral é predominante entre as mais jovens, o risco potencial de derrames deve ser investigado mais profundamente", acrescentou o pesquisador num artigo a ser publicado no "British Medical Journal" (BMJ).
Anne MacGregor, diretora do departamento de pesquisas da Clínica de Cefaléias da Cidade de Londres, comentou que o estudo traz "as mais sérias contra-indicações" sobre o uso da pílula entre mulheres que têm enxaqueca.
A especialista declarou-se porém "pouco convencida" pelos números do estudo de Samii. "Não se sabe exatamente qual é o risco, há muitos fatores", assinalou MacGregor, observando que seriam necessárias pesquisas adicionais a respeito. "Não queremos que as pessoas que sofrem de enxaqueca acreditem que têm uma alta possibilidade de derrame cerebral", afirmou.