Nascer, crescer, envelhecer e morrer constituem características inerentes aos seres vivos. A ciência ainda não encontrou todas as respostas para questões como, porque certas pessoas apresentam envelhecimento acelerado e outras retardado. Não há, portanto, uniformidade quanto ao processo de envelhecimento diferenciado entre a idade cronológica da biologia. A velhice avançada está se tornando característica cada vez mais real. As perspectivas ainda preocupam com relação a qualidade de vida desse segmento populacional, mais sujeito ao isolamento e à dependência de familiares e cuidadores.
A verdadeira fonte da juventude ainda consiste em uma série de medidas que, postas em prática durante o período de vida intra-uterina, infância, adolescência, idade adulta e maturidade, permitem uma vida longa e saudável, sendo indispensável manter o equilíbrio entre o corpo, a mente e o espírito. Promover a saúde e prevenir as doenças em todos os níveis constituem elementos básicos no sentido de uma longevidade com saúde.
Embora ainda não exista consenso sobre a promoção da saúde, sabe-se que medidas como: moradia adequada, adoção de hábitos saudáveis de vida, condições satisfatórias de trabalho, salário digno, prática da espiritualidade, água potável, relação familiar, valorização do potencial, assistência médica, lazer, cultivo de amizades e otimismo, melhoram a qualidade de vida.
Essas medidas têm valor quando praticadas em conjunto, e não isoladamente, sendo a saúde patrimônio que vamos adquirindo ao longo da vida. As campanhas de promoção da saúde procuram enfocar questões como: alcoolismo, tabagismo, uso de drogas ilícitas, aids, violência, hábitos alimentares, estresse, sedentarismo, exames médicos de rotina, doenças, como hipertensão arterial, diabete, câncer e doenças cardiovasculares, responsáveis por mais de 35% das mortes no mundo ocidental.
Cada vez mais, a medicina preventiva vem conquistando adeptos em todas as idades, por meio de mudanças de comportamento, estilo de vida e check-up preventivo. Recentemente, a Sociedade Americana de Cardiologia recomendou que o primeiro exame do sistema cardiovascular seja realizado aos 20 anos de idade, principalmente quando houver histórico familiar de doença cardiovascular, hipertensão arterial, diabete melito e níveis elevados de colesterol no sangue.
Quanto aos níveis de prevenção, pela ordem, consiste impedir o aparecimento de enfermidades com as vacinas, reconhecer precocemente as condições mórbidas para a saúde, por meio de exames médicos periódicos, reduzir as recaídas, sobretudo das doenças de evolução crônica. Questões como redução da natalidade e da mortalidade em todas as idades estão fazendo com que a longevidade da população aumente, sendo fundamental manter padrão satisfatório de qualidade de vida.
Luiz Bodachne
é médico-geriatra do Hospital Universitário Cajuru da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Home page: http://www.orbit.pucpr.br/jornais