O medicamento cilostazol foi recomendado como primeira opção para o tratamento da Doença Arterial Obstrutiva Periférica (ou simplesmente DAOP), caracterizada pelo depósito de gordura nas paredes das artérias dos membros inferiores. A recomendação faz parte das novas diretrizes para o tratamento da DAOP, divulgadas recentemente pela American Heart Association (AHA) em sua página eletrônica (www.americanheart.org). A entidade indicou o cilostazol como a terapia mais efetiva para a melhora do principal sintoma da doença, a chamada claudicação intermitente: dores, desconforto ou formigamento na barriga da perna provocada pela caminhada, que desaparece em até cinco minutos depois de parar de andar (como se fosse ?angina? nas pernas) e que pode voltar com as mesmas características se a pessoa reiniciar a caminhada. A identificação e tratamento da doença arterial obstrutiva periférica é de extrema importância para a saúde da população, pois pacientes portadores da doença apresentam alto risco de sofrer infarto, derrame cerebral e morte.
Até pouco tempo, a pentoxifilina era a única opção disponível, embora seus estudos de avaliação fossem considerados fracos e sua eficácia na prática, questionável. ?O surgimento de novas evidências clínicas, demonstrando a eficácia comprovada do cilostazol foi preponderante para a decisão da AHA. Já os resultados de estudos clínicos obtidos com a pentoxifilina não foram superiores ao placebo (forma farmacêutica sem atividade, cujo aspecto é idêntico ao de outra farmacologicamente ativa)?, explica o Dr. Jairo Lins Borges, médico cardiologista do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia de São Paulo.
O cilostazol, princípio ativo do Cebralat, produzido no Brasil pela Libbs Farmacêutica, tem propriedades vaso-protetoras, ou seja, dilata e relaxa os vasos ateroscleróticos (artérias com depósito de gordura em suas paredes internas), melhorando a circulação sanguínea das pernas e diminuindo a dor. ?O medicamento também inibe a ativação e a agregação das plaquetas nas paredes dos vasos, inibindo a formação de coágulos, que podem entupir ainda mais as artérias e prejudicando o fornecimento de sangue aos membros inferiores?, diz o Dr. Jairo Borges.
Para pacientes com DAOP, a AHA recomenda, além da administração de cilostazol, o controle intensivo do diabetes, do colesterol, da hipertensão arterial e o abandono do tabagismo.
Saiba mais sobre a DAOP
Doenças cardiovasculares são consideradas as mais freqüentes causas de incapacitação e morte do ser humano. Seu diagnóstico precoce pode prevenir infartos e derrames. A presença da Doença Arterial Obstrutiva Periférica, DAOP, reduz em dez anos a expectativa de vida do paciente, além de mostrar indícios de uma doença cardiovascular mais generalizada, associada ao acúmulo de gordura nas artérias que levam sangue para o coração (coronária), o cérebro (carótidas), a aorta, com formação de aneurisma (dilatação com risco de rompimento e morte súbita) e os rins (com risco de perda do órgão).
A DAOP é causada pelo depósito de gordura nas artérias dos membros inferiores. Com isso, ocorre o estreitamento do vaso sanguíneo e, conseqüentemente, diminuição da irrigação de sangue rico em oxigênio para a musculatura das pernas e dos pés, levando o portador da doença a sentir dor e desconforto ao caminhar, e, em casos extremos, a amputação do membro é inevitável. Por esse motivo é, muitas vezes, confundida com artrose ou reumatismo. De acordo com especialistas, em 95% dos casos a detecção da enfermidade não exige exames mais sofisticados. Bastam a análise do histórico do paciente e um simples exame de palpação dos pulsos arteriais, seguido de uma exame simples, rápido e confortável que é conhecido no meio médico como ITB.