Entenda os diferentes tipos de lipoaspiração

A busca pela redução de medidas e um corpo enxuto têm levado muitas pessoas a optarem pelas cirurgias plásticas. Por isso, a alternativa mais recorrente tem sido uma cirurgia que popularmente pode levar muitos nomes diferentes, a lipoaspiração. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgias Plásticas, a lipo quando feita isoladamente é o terceiro procedimento cirúrgico estético mais realizado no Brasil. Se levarmos em conta quando a cirurgia é feita em conjunto com outras intervenções, o procedimento se torna o campeão das plásticas. Suas diversas denominações, hoje em dia tem hidrolipo e até lipinho, dão a entender que existem vários tipos diferentes de lipoaspiração. No entanto, será que existem diferenças entre as técnicas?
Não serve para emagrecer
Ao decidir fazer uma lipoaspiração, o paciente deve ter em mente que ela não serve para emagrecer, mas sim para reduzir medidas e modelar o corpo. “Se o paciente apresentar sobrepeso, o acúmulo de gordura não se restringirá à parede abdominal, mas também ao conteúdo intra-abdominal devido ao excesso de gordura. Portanto, pacientes nessa condição devem diminuir seu peso previamente para, depois, se submeter à cirurgia”, explica o cirurgião plástico Gerson Luiz Julio, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e especialista do Minha Vida.

A operação tradicional é realizada de forma manual. O médico insere na pele do paciente cânulas, ligadas a uma máquina que produz a pressão à vácuo necessária para a sucção da gordura. Depois disso, o material retirado segue para uma recipiente onde é armazenado para depois servir de implante para outras regiões do corpo, se for o caso, ou ser descartado.

Atualmente, a recuperação do procedimento pode ser menos complexa. As lipos de abdômen com abordagem mais moderna não necessitam de internações prolongadas e, em alguns casos, os pacientes podem ter alta no mesmo dia. Gerson dá o exemplo da intervenção que geralmente retira mais gordura e causa maiores traumas do que as outras. “A intervenção de abdômen, por exemplo, pode de ser realizada por meio de anestesia peridural ou raquianestesia, não sendo necessário o uso de anestesia geral” Dependendo da técnica utilizada pelo cirurgião plástico, também não há necessidade do uso de drenos”, explica Gerson.
Mas por que tantos nomes?

Com o intuito de fazer com que o procedimento pareça ter menores proporções e assim, menores consequências, nomes como minilipo ou lipinho têm sido difundidos. “As lipoaspirações de pequeno porte são caracterizadas por aspirarem menos gordura corporal. Muitas vezes, o paciente ‘compra a ideia da minilipo’, pensando que assim, poderá diminuir os riscos da intervenção cirúrgica, o que não é verdade”, explica o cirurgião plástico Ruben Penteado, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

De acordo com o especialista, o barato pode sair caro, pois o pequeno procedimento geralmente exige que várias sessões menores sejam realizadas, o que eleva o preço e o risco, pois neste caso a recuperação deverá ser sobre vários pós-operatórios e não de um único procedimento.

Já a chamada hidrolipo ou lipo light também promete resultados menos dolorosos e com recuperação mais tranquila. A técnica consiste na aplicação de um líquido que enche o tecido adiposo, o que facilita sua destruição. “Na verdade, a diferença consiste em injetar quantidade maior ou menor de líquido. Muitos acabam mudando a denominação para lipo light, hidrolipo ou minilipo”, explica Gerson.

Para evitar qualquer risco, não importa a técnica, certifique-se que ela será realizada por um profissional especializado e certificado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

Antes da cirurgia

O paciente precisa se preparar antes de realizar uma Lipoaspiração. O especialista explica que como parâmetro de segurança, o cirurgião não deve retirar um volume de gordura equivalente a mais de 5% do peso do paciente. Se isso corresponder a mais de 4 litros de gordura, uma internação de pelo menos 24 horas deve ser providenciada, para observação. “Antigamente se realizava o que se chamava de ‘Megalipo’, um procedimento que chegava a tirar entre 10 e 12 litros de gordura, o que causava muitos traumas e até risco de morte”, diz Gerson.

Se houver necessidade, o paciente deve perder peso por meio de um programa de dieta e atividades físicas e só depois realizar a cirurgia, se recomendada. “Daí vem o nome de lipoescultura, justamente por que serve para retirar gordura localizada, esculpir e remodelar o contorno corporal”, explica Gerson Luiz.

Redução de riscos
A cirurgia é contra-indicada para pacientes com sobrepeso ou obesidade, trombose, embolia ou após ter passado por cirurgia bariátrica (de redução de estômago).

Além disso, cirurgião plástico Gerson Luiz Julio alerta que é extremamente importante verificar se o paciente é alérgico a algum tipo de medicamento, já que o procedimento utiliza desde anestésicos e anticoagulantes até analgésicos, entre outros.

No período de recuperação, alguns cuidados devem ser adotados. “Após a cirurgia, o paciente deve usar malhas compressoras, ou cintas modeladoras por no mínimo 45 dias. Elas beneficiam a retração cutânea mais rapidamente”, explica Gerson. Além disso, explica que os pontos podem ser removidos depois de, aproximadamente 7 dias. Depois disso, a cicatrização já fica por conta do organismo.

Segundo o médico, o contato com o sol deve ser outro ponto de extrema atenção. “Tomar sol depois da cirurgia pode ocasionar manchas na pele, muitas vezes permanentes. O período para que a pessoa volte a tomar sol gira em torno de 60 dias e pode chegar até a 6 meses. No entanto, não se pode generalizar isso e vai depender muito da fragilidade capilar da pessoa (que é a predisposição a pequenos sangramentos sob a pele)”, explica.

Alimentos atuam na recuperação

Perder peso, na maioria dos casos, é um pré-requisito para se submeter à cirurgia. Para isso, a reeducação alimentar é uma aliada fortíssima. Além disso, os alimentos podem exercer o poder de seus nutrientes a favor da recuperação após a cirurgia.

“É importante que haja um suporte nutricional adequado e o médico deve aconselhar o consumo de substâncias que são ajudam à cicatrização, como vitamina C, ferro, acido fólico e alimentos com alto teor de proteínas. Da mesma forma, o paciente deve evitar o contato com elementos que prejudicam a cicatrização, como o cigarro”, explica Gerson Luiz.

Pré-operatório: um cardápio rico em alimentos bioflavonoides pode preparar o corpo para uma melhor cicatrização. De acordo com a nutricionista Fernanda Psciolaro, da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), eles podem ser encontrados em sucos de uva vermelha, vinho tinto, chás, castanhas, nozes, amêndoas e, principalmente no alho.

A nutricionista ainda acrescenta que para quem possui algum histórico de dificuldade de cicatrização ou infecção, o consumo de glutamina também é indicado. Disponível em forma de suplemento, seu consumo só deve ocorrer sob a orientação de um especialista.

Pós-operatório: já na fase de cicatrização, alguns alimentos podem ajudar seu corpo nesse processo. Para a nutricionista, alimentos como peixes de água fria e funda (salmão e atum) e óleos de linhaça contêm Ômega-3, ácido graxo que auxilia na cicatrização.

Pratique exercícios físicos

Além dos cuidados com a pele e com a alimentação, os exercícios físicos também são fundamentais na manutenção dos resultados da lipoaspiração. “Dependendo da recuperação do paciente, as atividades físicas poderão ser retomadas gradativamente, entre 30 e 90 dias depois da cirurgia”, explica Gerson Luiz.

Exercícios de impacto, como uma simples corrida, estão completamente descartados nesta retomada, pois a pessoa tem sua resistência corporal e da pele alteradas devido a cirurgia. “Atividades como natação, yoga e até musculação em intensidade leve estão liberadas, pois são atividades que não proporcionam impacto”, orienta Gerson. A água aquecida da piscina pode causar certo inchaço devido ao calor, mas isso não é motivo para maiores preocupações.

 

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