O vice-prefeito e secretário municipal da Saúde, Luciano Ducci, abriu nesta quarta-feira (1), na Regional Boa Vista, o primeiro de uma série de nove encontros regionais para discutir a prevenção e o controle da hipertensão arterial. O programa de hipertensos da Prefeitura tem 103 mil inscritos e funciona em todas as unidades de saúde.
O encontro de hipertensão aconteceu no salão paroquial da igreja Santa Efigênia, no bairro Barreirinha, e reuniu 700 pessoas. Participaram pacientes, familiares e amigos interessados em saber mais sobre a doença, riscos e meios de prevenção. Dos 103 pacientes atendidos pelo programa de hipertensos, 15 mil estão na Regional Boa Vista.
"Estamos ampliando o esforço da Prefeitura na área de educação em saúde sobre esse tema, porque a hipertensão arterial ou pressão alta é a queixa que mais leva pacientes às nossas unidades de saúde para consultas programadas e busca de medicamentos. A meta é que as pessoas conheçam melhor o problema e mudem seus hábitos, para que possam viver com mais qualidade de vida e dependendo cada vez menos de remédios", disse Ducci.
Segundo Ducci, as ações de controle da hipertensos da Prefeitura formam o programa de atenção básica à saúde desenvolvido na cidade. Os bons resultados do programa, destacou o secretário, estão nas ações conjuntas de assistência médica e prática de atividades físicas. Além de medicação e orientação indicadas pelos profissionais de saúde, os pacientes participam de caminhadas, ginástica e passeios.
A dona de casa Maria das Dores Souza, 64 anos, mãe de oito filhos, controla a hipertensão há 15 anos. Ela participa do grupo de hipertensos da Unidade de Saúde Vila Leonice e participou do encontro desta quarta-feira. "O bom é que nós recebemos atendimento, remédios e orientação, mas também saímos para passear, o que faz muito bem para todos nós", afirmou.
Riscos
A hipertensão arterial é uma doença crônica, que pode ser controlada se o paciente seguir corretamente o tratamento. Isso significa modificar antigos hábitos – como alimentação inadequada, tabagismo e sedentarismo. Quem tem pressão alta precisa deixar de fumar, fazer atividade física e banir da dieta doces e gorduras. Do contrário, corre o risco de ter problemas renais graves, derrame ou enfartar.
Entre os sintomas da doença, nem sempre percebidos, estão dor de cabeça ou na nuca, que vai se tornando mais intensa com o tempo, tontura, mal-estar e palpitação, decorrentes do aumento da pressão sobre os diferentes órgãos. Fatores como sedentarismo, tabagismo e a existência de casos na família ajudam o médico a diagnosticar o problema, que afeta cerca de 20% da população adulta.
Apesar de ser mais freqüente entre os mais velhos – homens com mais de 45 anos e mulheres a partir dos 55 – a doença tem se manifestado cada vez mais precocemente. Dos mais de 100 mil pacientes inscritos no programa de controle da hipertensão da rede municipal de saúde, 620 têm entre 20 e 29 anos.
"São duas situações diferentes que enfrentamos: o crescimento de casos de hipertensão decorrente do envelhecimento da população, que demonstra o aumento da qualidade de vida e do acesso aos serviços de saúde, e a precocidade determinada por fatores de risco que precisam ser combatidos", afirmou o secretário Luciano Ducci.
"Estamos intensificando a abordagem preventiva sobre a doença porque sabemos do impacto potencial que isso tem sobre a redução da taxa de mortalidade geral e das complicações cardiovasculares", disse Ducci. Por causa da hipertensão arterial, a Secretaria Municipal da Saúde fez no ano passado 348 mil consultas médicas e distribuiu 82 milhões de unidades dos seis tipos de medicamentos oferecidos pela Farmácia Curitibana.
Os remédios para controle da doença podem ser retirados gratuitamente em qualquer unidade de saúde pelos pacientes que fazem acompanhamento pelo SUS e freqüentam os grupos do programa de hipertensos. Os próximos encontros sobre hipertensão neste mês acontecerão na CIC (3), Cajuru (7), Bairro Novo (9), Pinheirinho (10), Boqueirão (15), Santa Felicidade e Matriz (dia 21) e Portão (28).