Emergentes, os mais prejudicados pelo tabaco

Cerca de 70% do aumento que a cada ano se registra no número de mortes por câncer ou outras doenças vinculadas ao cigarro ocorrem nos países em desenvolvimento, cuja luta contra o tabaco está muito atrasada em relação ao que ocorre na Europa e Estados Unidos.

Essa é uma das conclusões de um seminário que aconteceu no início de fevereiro em Bruxelas, onde a Comissão Européia ofereceu sua ajuda para os países “emergentes” que estão decididos a ser mais combativos em sua luta contra o cigarro.

O tema é muito delicado pois, como coincidiram vários especialistas, para muitas nações (por exemplo, africanas) o tabaco representa um recurso econômico fundamental diante da dificuldade de diversificar tanto a produção como as exportações.

Do tabaco se fala muito também na rica Europa, visto que as empresas agrícolas que se dedicam a esse produto recebem a cada ano muito milhões de euros de subsídios.

Segundo reconheceu o comissário europeu para a Proteção do Consumidor, David Byrne, a UE tem uma posição “parcialmente contraditória”, já que por um lado concede subvenções aos produtores de tabaco e por outro luta contra a difusão do consumo do tabaco.

“A reforma de nossa agricultura levará a uma redução dessas subvenções”, disse Byrne, que criticou duramente o que definiu como “império” das grandes multinacionais do cigarro. “O fato de que o tabaco seja legal”, afirmou Byrne, “é um acidente da história”.

Do encontro europeu participou o embaixador brasileiro Luiz Felipe de Seixas Correa, homem chave nas negociações que acontecem em Genebra para se chegar à primeira “Convenção Internacional de Controle do Tabaco”, tratado que se encontra em sua reta final e tem “uma importância brutal” para os países em desenvolvimento, explicou à ANSA o diplomata.

Ao apresentar um dado muito comentado durante o seminário europeu, o embaixador brasileiro recordou que “70% do crescimento das mortes devidas ao tabaco ocorrem em países em desenvolvimento e estima-se que, se nada for feito, a totalidade desse incremento acontecerá nas regiões em desenvolvimento”.

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