Aproximadamente 6,5% da população brasileira sofre com dores na panturrilha ao caminhar. Chamada pelos especialistas de claudicação intermitente, a dor é um dos principais sintomas da Doença Arterial Obstrutiva Periférica (DAOP).
Esse mal merece atenão especial, pois aumenta o risco de infarto e acidente vascular cerebral (AVC) em até 6% ao ano e diminui em dez anos a expectativa de vida dos pacientes.
?Ao caminhar, as pernas necessitam de mais oxigênio. Mas como os claudicantes têm as artérias obstruídas por placas de gordura, esse oxigênio não chega corretamente e a perna começa a formigar ou a doer. E quando se pára de andar, a dor desaparece?, esclarece o Dr. Liberato Karaoglan de Moura, presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), que promove de 24 a 28 de agosto a 3ª Semana Nacional de Saúde Vascular. A DAOP é o tema deste ano para o evento e, por isso, serão promovidas caminhadas pelo país.
Por se tratar de uma doença degenerativa, não há cura. No entanto, o sedentarismo deve ser abolido completamente e um angiologista precisa ser procurado para recomendar medidas de redução dos sintomas e evolução do problema.
?A prática de caminhadas diárias é indicada como forma de estimular o aumento da circulação em volta da artéria comprometida. A pessoa deve andar até sentir dor, parar para descansar e continuar em seguida. Claro que, para complementar, o acompanhamento de um especialista é imprescindível?, explica o Dr. Liberato.
É necessário também diminuir alguns fatores de risco como diabetes, hipertensão, colesterol e triglicerídeos altos e aumento da homocisteína (um aminoácido não-essencial). E vale destacar que, como para a maioria das doenças do sistema circulatório, o cigarro é decisivo no desenvolvimento da DAOP. Quando há histórico familiar, as medidas preventivas devem ser colocadas em prática.
Não há dados epidemiológicos sobre o assunto no Brasil, mas estima-se que a claudicação intermitente acomete de 6,5% a 25% das pessoas com mais de 55 anos.
?O tratamento precisa ser preventivo e as pessoas devem estar atentas a qualquer mudança no ritmo do corpo. Não se pode conviver com a dor acreditando que ela seja normal por causa da idade. Com o passar do tempo, a doença se agrava e muitas vezes uma amputação torna-se inevitável?, alerta o angiologista e cirurgião vascular Dr. Liberato de Moura.
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