No Brasil, as doenças do aparelho circulatório, ou doenças vasculares, são responsáveis por 32% das mortes registradas. Também são consideradas a terceira causa das internações feitas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Para mudar essa realidade, teve início ontem, em Curitiba e em outras capitais brasileiras, a segunda edição da Semana Nacional da Saúde Vascular, que se encerra na sexta-feira.
As doenças vasculares podem ocorrer por má circulação nas veias (trombose e embolia pulmonar), nas artérias (derrame cerebral, falta de circulação nas pernas e aneurisma cerebral) ou nos vasos linfáticos (infecções e inchaços nas pernas). Segundo o médico angiologista e cirurgião vascular Antônio Lacerda, estão mais sujeitas a desenvolver problemas de circulação pessoas com antecedentes familiares de disfunções vasculares, pessoas sedentárias, com pressão alta, vítimas de colesterol e obesos.
“Muitas pessoas não conhecem os sintomas iniciais dos problemas vasculares, que são dor ao caminhar, peso e inchaço nas pernas, dormência e cãibras, procurando o médico apenas quando a doença já está em estado avançado e é necessária a amputação do membro atingido”, afirma o médico. “Por isso, a informação é a melhor arma contra as doenças.”
De acordo com a Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, 20% da população entre 50 e 70 anos de idade poderá ter problemas de circulação nas pernas, sendo mais comum em homens do que em mulheres. Desse total, entre 10% e 40% procuram ajuda de um médico quando a doença já evoluiu muito e a única solução é a amputação. Também favorecem o surgimento de problemas vasculares a prisão de ventre, o uso constante de pílula anticoncepcional e problemas ortopédicos.
Em Curitiba, cerca de 100 mil folders informativos sobre as doenças foram impressos para ser distribuídos em hospitais. Hoje, às 16h, no Hospital Evangélico, uma palestra gratuita sobre o assunto, voltada ao público leigo, vai ser proferida por residentes da instituição.