João Adriano, médico pneumologista. |
As doenças respiratórias – como rinite alérgica, bronquite, asma e pneumonia – estão entre as maiores causas de internações pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil. De meados do outono ao final do inverno, os problemas costumam se agravar tanto em adultos quanto em crianças e idosos, fazendo com que os consultórios pediátricos e dos pneumologistas fiquem lotados.
Segundo o médico pneumologista e chefe da função pulmonar do Hospital de Clínicas de Curitiba, João Adriano de Barros, a maior parte das doenças respiratórias é causada por inflamação dos brônquios, acarretada por fatores genéticos e também ambientais. “O frio irrita os brônquios e contribui para que crises respiratórias aconteçam”, explica.
Com as baixas temperaturas, também ocorre redução da umidade relativa do ar e aumento da poluição atmosférica. “Outro agravante é que, no frio, há maior prevalência dos vírus causadores de gripes e resfriados. Estas doenças pioram os casos de rinite e asma, além de poderem levar a pneumonia e outras complicações.”
Todos os anos, os que mais sofrem costumam ser as crianças e os idosos. Neles, que geralmente possuem menor capacidade física, as doenças respiratórios costumam ser mais intensas e as complicações decorrentes delas muito mais comuns. “Indicamos a pessoas de todas as idades, mas principalmente aos idosos e crianças, que se vacinem contra a gripe. As doses são oferecidas gratuitamente a pessoas com mais de sessenta anos. Já as crianças podem tomar a vacina em clínicas particulares”, explica o médico. “Outra opção é a vacina contra pneumonia, que tem validade de cinco anos e pode ser tomada tanto por idosos quanto por pessoas que sejam portadoras de doenças pulmonares.”
Cuidados diários e hábitos de vida saudáveis também podem evitar as doenças. No inverno, é aconselhável beber líquidos em grande quantidade durante o dia; praticar exercícios físicos, dando preferência a atividades aeróbicas; ter um período de sono adequado; utilizar agasalhos; evitar ambientes fechados; fazer limpezas semestrais em aparelhos de ar-condicionado; ter uma alimentação rica em proteínas; retirar tapetes, cortinas, bichos de pelúcia, livros e outros objetos que juntem pó de dentro dos dormitórios; e evitar choques térmicos, que podem causar uma queda instantânea da imunidade.