Foto: João de Noronha

Francisco: sem glúten.

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Faz pelo menos quatro anos que a legislação determina que ?todos os alimentos industrializados deverão conter em seu rótulo e bula, obrigatoriamente, as inscrições ?contém glúten? ou ?não contém glúten?. No entanto, o risco de contaminação ainda existe e não é pequeno. Não bastasse esse problema que sofrem os celíacos, a falta de consciência e informação também continua sendo obstáculo a ser ultrapassado.

Na última terça-feira (15) foi comemorado o Dia Internacional do Celíaco. Para lembrar a data e a seriedade da doença, a Associação dos Celíacos do Paraná (Acelpar) esteve ontem na Rua da Cidadania da Praça Rui Barbosa e hoje estará na feira do Largo da Ordem, a partir das 9h. Segundo o presidente da entidade, Francisco Schiocchet Júnior, o objetivo da ação é divulgar a doença.

A doença celíaca é caracterizada pela intolerância ao glúten – proteína presente no trigo, centeio, cevada e aveia. Segundo ele, a substância, quando ingerida, entra na corrente sangüínea ativando o sistema imunológico, que reage atacando o glúten, mas também o organismo, provocando reações diversas. ?Qualquer quantidade ingerida vai provocar alguma reação. O perigo da contaminação existe e o celíaco pode ter desde afta, diarréia, vômito, até problema de infertilidade e câncer de intestino?, cita.

O presidente da Acelpar comenta que padarias, restaurantes e outros estabelecimentos que produzem alimentos não podem manusear produtos sem glúten para celíacos no mesmo ambiente que os demais produtos. ?A contaminação se dá pelo ar, ao se utilizar o mesmo forno, a mesma forma.?

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A alternativa, segundo ele, seria cozinhas separadas e específicas. ?Há um desconhecimento geral da população que produz alimentos (bares, lanchonetes, restaurantes, padarias). É importante que saibam que a dieta do celíaco deve ser rigorosamente seguida. A contaminação não pode acontecer, pois a doença é séria, apesar de pouco conhecida e divulgada?, diz Francisco.

Outra luta recente da associação é para que o protocolo de diagnóstico da doença celíaca seja implantado no Sistema Único de Saúde (Sus). ?Isso poderia ajudar no diagnóstico precoce, evitando problemas mais sérios.?

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