Dieta saudável para idosos deve ser variada

idosos130208.jpgAquela imagem de uma pessoa idosa, marcada pelo passar dos anos, no beiral de uma janela, esperando o tempo passar é apenas uma vaga lembrança. Já vai longe o tempo em que se tornar um idoso implicava em abandonar os hábitos normais do dia-a-dia e ficar ?trancado? em casa. Hoje em dia, e cada vez mais – já que a expectativa de vida vem aumentando seguidamente – a dita terceira idade pode e deve ser vivida com o corpo e a mente em perfeita saúde. Seguindo a mesma expectativa de vida dos países desenvolvidos, como os europeus, o número de idosos brasileiros vem crescendo a olhos vistos. Eles estão por toda parte: nas academias, nos shoppings, nos bailes, nos parques, no mercado de trabalho.

Hoje, no Brasil, dados do IBGE apontam que existem perto de 18 milhões de idosos, número que corresponde a pouco mais de 10% do total da população. Estima-se que, em 2025, essa porcentagem corresponda a 14%. Só que o envelhecimento traz consigo a preocupação com uma melhor qualidade de vida, já que transformações metabólicas, psicológicas e limitações físicas começam a ocorrer com o avanço da idade.

Peso e colesterol sob controle

Com efeito, a gama de programas desenvolvidos para a terceira idade só aumenta. As mais recentes inovações da medicina também colaboram para oferecer uma melhor qualidade de vida aos idosos. Porém, pequenas mudanças nos hábitos dos vovôs e vovós podem prevenir algumas doenças e garantir uma melhor qualidade de vida nessa fase da vida.

Os fatores genéticos e hereditários, a influência do meio ambiente, os hábitos de vida e de comportamento influenciam o envelhecimento. Com o passar do tempo ocorrem várias transformações que devem ser aceitas com naturalidade, mas que implicam na adaptação das pessoas às novas situações. Para o geriatra Gilmar Calixto, as principais recomendações para que a idade não interfira na qualidade de vida são manter o peso sob controle e o colesterol em níveis aceitáveis. ?Além disso, consultar um médico periodicamente e realizar exames de rotina fazem parte das recomendações?, comenta.

Uma alimentação equilibrada também influencia na manutenção da saúde, promovendo energia, vitalidade e diminuindo os riscos de aterosclerose, doenças cardiovasculares e câncer. A nutricionista clínica  Teresina Mendes dos Santos acredita que o cuidado com a nutrição é primordial nessa fase de vida. Conforme a especialista, os idosos pertencem ao grupo nutricional de risco, devido a mudanças metabólicas e de hábitos de vida. ?Ao envelhecer, não sentimos mais os sabores suaves, pois o paladar não é mais o mesmo, já que as papilas gustativas também envelhecem?, explica.

Alimentação equilibrada

Os idosos devem restringir o consumo de alimentos gordurosos, como frituras, evitarem doces, e privilegiar alimentos nutricionalmente saudáveis de diferentes grupos nutricionais, além de beber muita água. ?A maioria dos idosos não sente muita sede, por isso esquecem de beber água e ficam desidratados?, descreve a especialista.

Contudo, mesmo que envelhecer seja uma condição da vida humana, nada impede a busca pela qualidade de vida na terceira idade, principalmente na valorização da saúde e bem-estar. E um dos passaportes para viver melhor a fase mais avançada da vida é a adoção de um estilo de vida saudável, o que passa também por uma alimentação equilibrada.

O geriatra Luiz Bodachne lembra que não existe um tipo de alimentação específica para a pessoa idosa. Uma opção é seguir os padrões definidos por estudos internacionais, que sugerem que esta deve ser constituída de 55% de carboidratos, 30% de lipídios e 15% de proteínas, além de vitaminas e sais minerais, variando de acordo com as peculiaridades de cada faixa etária. ?Normalmente, na dieta do idoso, há uma diminuição do valor calórico total – em média, 1.600 calorias aos 65 anos?, esclarece o geriatra.

O envelhecimento populacional determina problemas de aspectos médico, social e econômico, não só nos países desenvolvidos, onde o número de pessoas idosas é significativo, como em países em desenvolvimento, como o Brasil. Para o geriatra, todos devem estar preparados para enfrentar essa realidade, inclusive os profissionais das áreas sociais e de saúde.

Princípios gerais da alimentação em idosos

Equilíbrio

A alimentação deve contemplar diversos componentes, como carboidratos, proteínas, lipídios, vitaminas.

Redução

Diminuir a quantidade em cada refeição, podendo aumentar o número delas.

Variação

Para estimular o apetite deve-se mudar a sua apresentação, evitando a anorexia – doença comum em idosos.

Digestão

Escolher alimentos de fácil digestão, com consistência mais branda, pastosa ou semilíquida.

Moderação

Ingerir moderadamente substâncias que estimulam o sistema nervoso, como café e álcool.

Fracionamento

Pode-se atingir até seis refeições diárias, em pequenas quantidades.

Líquidos

Ingerir água nas quantidades ideais (em média, um litro e meio ao dia).

Fibras

Para melhorar o sistema intestinal é ideal a ingestão de alimentos ricos em fibras.

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