O medo da balança é um sentimento que atormenta a maioria das pessoas, principalmente os diabéticos. E não é por menos. A obesidade e o diabetes formam uma mistura extremamente perigosa. Quanto mais obeso o diabético, maior a resistência à insulina, mais difícil o tratamento da doença e o prognóstico piora com o passar dos anos.
Segundo estudo da Divisão de Endocrinologia e Medicina Molecular da Universidade de Kentucky, nos Estados Unidos, os sete milhões de brasileiros portadores de diabetes tipo 2 já podem comemorar. Com o uso da rosiglitazona (princípio ativo de Avandia) aliada a dietas e a atividades físicas, o paciente pode ter 25% a mais de perda de peso na metade do tempo, segundo.
O trabalho demonstra que uma dieta balanceada, exercícios físicos e uso de rosiglitazona faz com que diabéticos percam até dez quilos em 12 semanas, chegando a até 13 quilos entre as décima sexta e vigésima quarta semanas.
Sem o uso da substância, os doentes perdem apenas quatro quilos neste mesmo tempo, ou oito quilos em 24 semanas. O resultado deste estudo é considerado uma conquista para estes pacientes, que sofrem de dificuldade de perda de peso imposta pela doença.
O diabetes e a obesidade estão entre as doenças que mais crescem no mundo – e são responsáveis por pelo menos metade das mortes por infarto ou AVE (trombose cerebral), a cada ano. Sabe-se, hoje, que o diabetes mellitus, ao contrário do que se imaginava até há alguns anos, (acho essa frase desnecessária mas se achar muito relevante deixa) não é causado por falta de insulina (exceto numa minoria de pacientes). O tecido adiposo (gordura) representa uma etapa essencial neste fenômeno, causado pela resistência do organismo à ação da insulina.
A rosiglitazona (Avandia) apresenta melhor resposta no tratamento da resistência à insulina – fenômeno presente em 90% dos pacientes diabéticos. A simplicidade de uso (um comprimido pela manhã) é mais um ponto positivo do tratamento, reduzindo o número de desistências ? uma das razões das complicações conseqüentes da doença. Seu bom desempenho tem feito com que grande parte dos especialistas indiquem seu uso ainda na fase inicial do diabetes. Estatísticas mostram que, se esta atitude preventiva fosse adotada hoje, geraria uma expectativa de aumento de sobrevida de até dez anos para os pacientes, evitando o risco de doenças cardiovasculares. Mais ainda, melhoraria a qualidade de vida dos pacientes e geraria uma economia de milhões de reais nos cofres públicos.
Como atua Avandia
Atuando diretamente nas células específicas, Avandia permite que a insulina exerça sua função: facilitar o acesso adequado da glicose ao interior das células. Dessa forma, o medicamento faz com que o organismo trabalhe dentro do seu estado de normalidade e ainda retarda a progressão da doença. As drogas mais antigas faziam com que o pâncreas produzisse mais insulina, o que a longo prazo comprometia o funcionamento órgão. A rosiglitazona, princípio ativo do medicamento da GlaxoSmithKline, combate a resistência à insulina, poupando o pâncreas.