Dia Mundial de Luta contra Aids pretende combater o preconceito

Aids

Segundo relatório da ONU “Atualização da Epidemia de Aids-200” lançado, na última semana, pelo Unaids e pela OMS, o maior acesso a antiretrovirais e coquetéis ajudou a reduzir a mortalidade por Aids em mais de 10% em termos globais nos últimos cinco anos. O número de novas infecções caiu 17% nos últimos oito anos.

De acordo com a OMS, quase 34 milhões de pessoas no mundo são portadoras do HIV, sendo que 2,7 milhões de novas infeçcões ocorrem a cada ano. Embora os dados mundiais mostrem avanços, como a redução no número de infeçcões, a diminuição do número de crianças que nascem com o vírus, e o tratamento para mais de 4 milhões de pessoas, no Brasil, o dados ainda são preocupantes e demonstram que houve um retrocesso em relação aos anos anteriores.  

Aids no Brasil

Segundo o Ministério da Saúde, de 1980 a junho de 2007 foram notificados 474.273 casos de Aids no País ?-289.074 no Sudeste, 89.250 no Sul, 53.089 no Nordeste, 26.757 no Centro Oeste e 16.103 no Norte.

Segundo critérios da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil tem uma epidemia concentrada, com taxa de prevalência da infecção pelo HIV de 0,6% na população de 15 a 49 anos. Em 2006, considerando dados preliminares, foram registrados 32.628 casos da doença. Em 2005, foram identificados 35.965 casos, representando uma taxa de incidência de 19,5 casos de Aids a cada 100 mil habitantes.

O Boletim Epidemiológico de 2007 trouxe, pela primeira vez, dados sobre a proporção de pessoas que continuaram vivendo com Aids em até cinco anos após o diagnóstico. O estudo foi feito com base no número de pessoas identificadas com a doença em 2000.

Os dados apontaram que, cinco anos depois de diagnosticadas, 90% das pessoas com Aids no Sudeste estavam vivas. Nas outras regiões, os percentuais foram de 78%, no Norte; 80%, no Centro Oeste; 81%, no Nordeste; e 82%, no Sul. 

Preservativos A análise mostra, ainda, que 20,5% dos indivíduos diagnosticados com Aids no Norte haviam morrido em até um ano após a descoberta da doença. No Centro Oeste, o percentual foi de 19,2% e no Nordeste, de 18,3%. Na região Sudeste, o indicador cai para 16,8% e, no Sul, para 13,5%.

A média do Brasil foi de 16,1%. Em números absolutos, o Brasil registrou 192.709 óbitos por Aids, de 1980 a 2006. Um balanço da Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo, divulgado recentemente mostra que a taxa de infectados no Estado subiu depois de 1995. O número de mortes em 2008 foi de 8,2 por 100 mil habitantes, contra 8 por 100 mil no ano anterior.

Só em São Paulo morrem cerca de 3.300 soropositivos por ano. No último levantamento feito no país, foram identificados 314.294 casos de Aids em homens e 159.793 em mulheres. Ao longo do tempo, a razão entre os sexos vem diminuindo de forma progressiva. Em 1985, havia 15 casos da doença em homens para 1 em mulher. Hoje, a relação é de 1,5 para 1.

Na faixa etária de 13 a 19 anos, há inversão na razão de sexo, a partir de 1998. Em ambos os sexos, a maior parte dos casos se concentra na faixa etária de 25 a 49 anos. Porém, nos últimos anos, tem-se verificado aumento percentual de casos na população acima de 50 anos, em ambos os sexos.  Para o coordenador do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids – Unaids no Brasil, Pedro Chequer, os dados ainda preocupam “há necessidade de uma reflexão profunda do ponto de vista de políticas públicas para que possamos enfrentar o problema.

O Brasil iniciou um trabalho pioneiro nessa área, desevolve um programa avançado com a participação intensa da sociedade civil, e o que é mais importante, sempre trabalhou o tratamento e a prevenção de uma forma equilibrada, mas os esforços não tem sido suficientes para resolver o problema”, afirmou.

Entre as prioridades para 2009, o Unaids destacou a prevenção da morte de mães e bebês infectados; a garantia de que pessoas que vivem com o vírus recebam tratamento; o combate às mortes de soropositivos provocadas pela tuberculose; o fim da violência contra mulheres e meninas; o empoderamento (tradução da palavra inglesa empowerment, que significa dar poderes de decisão, participação e autonomia a uma pessoa) de jovens para que se protejam contra a doença; e o fortalecimento de uma rede de proteção social para pessoas infectadas.

Para saber mais sobre o trabalho do UNAIDS, visite o site da instituição: www.unaids.org.

Por que o laço vermelho como símbolo?

O laço vermelho é visto como símbolo de solidariedade e de comprometimento na luta contra a Aids. Seu projeto foi criado em 1991 pela Visual Aids, grupo de profissionais de arte, de Nova York, que queria homenagear amigos e colegas mortos em decorrência da Aids.

O adereço foi escolhido pela sua associação ao sangue e a ideia de paixão e foi inspirado no laço amarelo que honrava os soldados americanos da Guerra do Golfo. O símbolo foi usado publicamente, pela primeira vez, pelo ator Jeremy Irons, na cerimônia de entrega do prêmio Tony Awards, em 1991. 

Ações no Brasil

O slogan “Viver com Aids é possível. Com o preconceito não” é o lema deste ano para o Dia Mundial de Luta Contra Aids. A ideia do Ministério da Saúde é mostrar a toda sociedade civil que quem vive com HIV/Aids pode trabalhar, estudar, praticar esportes, namorar, fazer sexo com camisinha, como todo mundo.

A campanha tem como objetivo alertar para o maior entrave no combate ao HIV: conviver com o preconceito. Já está no ar o site da campanha www.todoscontraopreconceito.com.br, que reúne informações sobre a Aids e convida todos os brasileiros a participarem da corrente contra o preconceito.

Totalmente interativo, o site estimula o envio de vídeos, fotos e cartas pela população com sugestões e colaborações na luta contra o preconceito e integra as redes sociais oficiais Orkut, YouTube, Twitter, Flickr do Ministério da Saúde na campanha. As participações mais criativas e assertivas vão compor o web vídeo da campanha, que será veiculado na internet e nas redes sociais.

A campanha divulgará fotos de casais se beijando feitas pelo artista plástico Vik Muniz, que fotografou cerca de 1200 pessoas segurando cartazes. 

Casal prevenção

O que é Aids

Uma deficiência no sistema imunológico, associada com a infecção pelo vírus da imunodeficiência humana HIV ? (Human Immunodeficiency Virus), provocando aumento na susceptibilidade a infecções oportunistas e câncer.

Transmissão:
  – O vírus HIV pode ser transmitido pelo sangue, sêmen, secreção vaginal, leite materno;

– Relações sexuais homo ou heterossexuais, com penetração vaginal, oral ou anal, sem proteção da camisinha, transmitem a Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis e alguns tipos de hepatite;

– Compartilhamento de seringas entre usuários de drogas injetáveis;

– Transfusão de sangue contaminado;

– instrumentos que cortam ou furam, não esterilizados;

– Da mãe infectada para o filho, durante a gravidez, o parto e a amamentação.

Tratamento
Atualmente a terapia com os chamados antiretrovirais, medicamentos que suprimem agressivamente a replicação do vírus HIV, proporciona melhoria da qualidade de vida, redução da ocorrência de infecções oportunistas, redução da mortalidade e aumento da sobrevida dos pacientes.  

Fique sabendo:

A Aids não é transmitida pelo beijo, abraço, toque, compartilhando talheres, utilizando o mesmo banheiro, pela tosse ou espirro, praticando esportes, na piscina, praia e, antes de tudo, não se pega Aids dando a mão ao próximo, seja ele ou não soropositivo.

Fontes: Programa Nacional de DST e Aids do Ministério da Saúde. Secretaria de Estado da Saúde do Distrito Federal.

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