Dia Mundial da Visão destaca a prevenção da cegueira

Idealizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em parceria com a Agência Internacional para a Prevenção da Cegueira, a data faz parte do Programa Visão 2020, que busca eliminar a cegueira evitável até aquele ano.Lançado em 1999, o programa é coordenado pelo Ministério da Saúde, com apoio de organizações não-governamentais, organizações profissionais e grupos da sociedade civil para a implementação de serviços oftalmológicos efetivos e eficientes em todo o Brasil.

A OMS estima em 180 milhões o número de pessoas em todo o mundo que apresentam algum tipo de deficiência visual, dos quais cerca de 50 milhões são cegos.

Sob o aspecto legal, considera-se cego qualquer pessoa com acuidade visual inferior a 20/200 ou cujo campo visual seja menor de 10 graus. O Brasil tem cerca de 4 milhões de deficientes visuais e aproximadamente 1,25 milhão de cegos.

É importante ressaltar, entretanto, o impacto de qualquer problema visual independente da idade: 70% da relação pessoal com o mundo se dá por meio da visão, alerta a Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO).

Vista cansada

Com os atuais recursos sanitários e de prevenção, a qualidade de vida vem melhorando, mesmo em países como o Brasil, onde a estimativa de vida até há algum tempo era bem inferior a dos países desenvolvidos.

Recente pesquisa divulgada pelo IBGE mostra que hoje, apesar de ainda estarmos longe de países como o Japão, por exemplo, esta estimativa já está em 71,3 anos e que a população de idosos subiu 47,8% nos últimos 10 anos.

Atualmente com 20 milhões de idosos, o Brasil, juntamente com a Rússia, Índia, China e África do Sul, já responde por 40,6% da população mundial de idosos, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).

A visão é o primeiro sentido a sofrer os efeitos do envelhecimento, e os primeiros sintomas surgem geralmente a partir dos 40 anos, quando a maior parte das pessoas começa a sofrer de presbiopia, comumente chamada de vista cansada, que ocorre devido ao enfraquecimento do cristalino.

“Essa lente natural do olho começa a se contrair menos e perde a acomodação, que é a capacidade refrativa, dificultando a visão para perto, no entanto, a doença pode ser corrigida com óculos, lentes e cirurgia”, informa o oftalmologista Valter Justa.

Medidas profiláticas

Catarata (única causa de cegueira reversível), glaucoma e DRMI (degeneração macular relacionada à idade) são as principais causas da cegueira ou deficiência visual nos idosos, além de problemas de refração, alerta a SBO, destacando a importância da consulta oftalmológica periódica a partir dos 40 anos.

“Além dessas doenças, a retinopatia diabética, que pode levar à cegueira, é um outro fator de risco para os idosos”, aponta o especialista. Ela está ligada diretamente ao tempo de evolução e mau controle da doença, pressão arterial elevada, fumo e outros fatores de risco, os quais podem provocar aumento da permeabilidade vascular e uma neovascularização, provocando danos na retina.

Com o aumento da expectativa de vida e a queda da fecundidade, a tendência de envelhecimento da população brasileira se consolidou e tende a aumentar, trazendo com ela problemas visuais antes comuns a um grupo pequeno.

Aliado a esse fator, um outro preocupa os especialistas: o estresse e hábitos da vida moderna, que estão antecipando doenças. A DRMI, por exemplo, já comum em indivíduos com menos de 60 anos.

Felizmente, de 70% a 80% desses distúrbios podem ser prevenidos com medidas profiláticas, como evitar a exposição ao sol sem protetores solares, óculos e chapéus, além da ingestão maior de peixes, verduras e frutas.

Causas de deficiências visuais em idosos

Catarata – A catarata é a opacificação do cristalino, que prejudica a entrada de luz nos olhos, provocando a diminuição da visão. As alterações podem levar à cegueira,, mas é o único caso de cegueira reversível.

Graças aos modernos recursos cirúrgicos, as chances de recuperação plena se aproximam dos 100%. Segundo os especialistas, 85% das cataratas estão classificadas na categoria de senis, incidindo principalmente na população de mais de 60 anos.

Enquanto nos países desenvolvidos realizam-se 5 mil cirurgias de catarata por ano e por milhão de habitantes, o Brasil não chega a 3 mil. Apesar das sucessivas campanhas desenvolvidas pelo governo com o apoio das entidades oftalmológicas, estima-se que sejam realizadas 360 mil cirurgias por ano, ao invés das 540 mil necessárias.

Glaucoma – Doença ocular que provoca lesão no nervo óptico e campo visual, o glaucoma, se não detectado e tratado precocemente, leva à cegueira irreversível. Estima-se que existam cerca de 1,5 milhão de brasileiros portadores de glaucoma, embora o número deva ser muito maior, mas não há estatísticas confiáveis. O glaucoma é geralmente tratado com colírios. Quando não surtem efeito, opta-se pela cirurgia.

Degeneração macular relacionada à idade (DRMI) – Ocorre geralmente a partir dos 60 anos de idade e afeta a área central da retina (mácula), provocando baixa visão central, dificultando principalmente a leitura.

Os danos à visão central são irreversíveis, mas a detecção precoce e os cuidados podem auxiliar no controle da doença. Fotocoagulação com raio laser e agora os novos medicamentos podem retardar e até deter a doença. Não existem estatísticas sobre a doença no Brasil, mas no mundo ela já cegou 3 milhões de pessoas.

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De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde) existem quatro estágios de envelhecimento: meia idade (45 a 59 anos), idoso/idosa (60 a 74 anos), ancião/anciã (75 a 90 anos) e velhice extrema- 90 anos em diante.

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