As doenças oculares mais importantes, possíveis de serem detectadas e prevenidas por meio desse exame (que pode ser feito por pediatras com um mínimo de treinamento) são a retinopatia da prematuridade, catarata, glaucoma, infecções, traumas de parto e até mesmo cegueira. Muitos pediatras, porém, ainda não examinam os olhos dos recém-nascidos, fato que faz com que o problema de visão só seja descoberto quando as crianças perdem (ou quase) a visão.
Obrigatório para prematuros
Atualmente, só nos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo o ?teste do olhinho? é rotina obrigatória, por lei, nas salas de parto. No Paraná, a Secretaria Estadual de Saúde está finalizando o processo para a implantação da medida. Assim que a normatização estiver definida, os pais paranaenses devem exigir que o teste seja feito antes de o bebê receber alta. Nesse sentido, muitas maternidades, mesmo antes da obrigatoriedade, já estão submetendo os recém-nascidos ao exame ocular.
Segundo a presidente da Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica, Andréa Vin, de cada cem crianças nascidas, uma tem catarata, que se for cuidada a tempo pode evitar a cegueira. Segundo dados estatísticos, essa e outras alterações atingem cerca de 3% dos bebês em todo o mundo. Ana Moreira lembra que o exame já é obrigatório no caso de bebês prematuros. E nos casos de prematuridades extremas é necessária uma avaliação mais complexa, feita por um oftalmologista especializado.
Como é o teste
Para o ?teste do olhinho? é usada uma fonte de luz para se observar o reflexo que vem das pupilas. O reflexo normal (em tons de vermelho, laranja ou amarelo, dependendo da incidência de luz e da pigmentação da retina) significa que as principais estruturas internas do olho (córnea, câmara anterior, íris, pupila, cristalino, humor vítreo e retina) estão transparentes, permitindo que a retina seja atingida de forma normal. Já quando estão alteradas, geralmente a qualidade do reflexo é ruim ou não se observa nenhum reflexo.
O teste pode ser feito em ambas as pupilas simultaneamente e a comparação dos reflexos pode fornecer informações sobre outros problemas oculares, como diferenças de grau entre os dois olhos e estrabismo.